Eu tenho alguma sorte com as Isabel que vou conhecendo no mundo da museologia Nacional. A que mais me marcou, a Isabel Pereira, ex-directora do Museu Santos Rocha na Figueira da Foz e do Museu de Aveiro, foi determinante no meu percurso profissional e encorajou-me sempre a procurar mais, a aprender mais. Outra Isabel, a Isabel Silva, directora do Museu D. Diogo de Sousa em Braga, foi também determinante ao acolher-me num estágio para concluir a pós-graduação de Museologia na Universidade do Porto orientado pelo Mário Brito. Ensinou-me também muito. A terceira Isabel, a Isabel Fernandes, teve uma enorme influência na forma como vejo e penso o Museu hoje em dia.
Nunca desempenhei funções num dos museus que a Isabel Fernandes dirigiu, mas devo confessar que gostava de o ter feito. Em todo o caso a influência da Isabel Fernandes teve mais a ver com o exemplo de liderança e competência que deu à frente do Museu da Olaria e, principalmente, do Museu Alberto Sampaio em Guimarães. Em pequenas grandes coisas como a abertura do museu em horários mais alargados ou na captação de mecenas (particulares e empresas) para o restauro de peças, elaboração de exposições, etc. ela mostrou sempre uma capacidade de iniciativa invulgar e que é, na minha opinião, merecedora do maior reconhecimento por parte dos seus pares. Em boa verdade a Isabel transformou por completo o Museu Alberto Sampaio, abrindo-o à comunidade, integrando-o na comunidade, dando-lhe visibilidade e acrescentando-lhe credibilidade e inovação.
Hoje recebi um e-mail dela com um agradecimento a todos os que colaboraram com ela e o Museu desde 99 (eu tive o privilégio de o ter feito), mas sinceramente penso que somos nós que lhe devemos o mais sentido agradecimento e reconhecimento pelo excelente trabalho que desenvolveu. Fica aqui expresso publicamente esse reconhecimento e os votos de sucesso nos futuros projectos.
PS: aproveito também para endereçar os meus parabéns ao Manuel Graça pela nomeação para o novo cargo e os votos de sucesso à frente do Alberto Sampaio.