Publicado no repositório da UP

Publicado no repositório da UP

Tinha prometido aqui e como gosto de cumprir as minhas promessas aqui fica o link para o repositório da Universidade do Porto com a minha tese de doutoramento.

Alerto que não se encontra disponível (ainda) o documento relativo aos anexos, devido a uma situação que já comuniquei à secretaria da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e que espero seja resolvida brevemente. Em todo o caso, por motivos óbvios, o documento de anexos que ficará disponível on-line não conta com a tradução do SPECTRUM e com os seus requisitos de informação, uma vez que esses documentos terão que ser publicados, conforme estipulado no acordo entre a Collections Trust e o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, através do sítio institucional do projecto SPECTRUM PT (em breve terei notícias sobre este assunto). Aqui fica o resumo da tese:

A gestão do património cultural à guarda dos museus portugueses exige a atenção dos seus responsáveis e dos organismos estatais que definem a política museológica nacional. O elevado número de museus e o aumento assinalável de bens culturais que aqueles têm vindo a incorporar, bem como as mudanças significativas que o sector museológico sofreu nas últimas décadas, obrigam estas instituições e os seus profissionais a procurar os meios mais eficientes para realizar tarefas estruturantes da sua actividade: documentar e gerir as suas coleções. O SPECTRUM – The UK Museum Collections Management Standard tem vindo a afirmar-se, na comunidade museológica internacional, como uma das mais eficientes e bem elaboradas normas de procedimentos para gestão de coleções. O sucesso do processo de internacionalização desta norma, assim o comprova. Neste sentido, com este trabalho procuramos verificar a pertinência e vantagens daquela norma para os museus portugueses e para o relevante trabalho de digitalização, documentação e gestão dos acervos que a maioria tem em curso há alguns anos. Conhecendo as dificuldades existentes, no que diz respeito aos recursos humanos e financeiros destas instituições, é nossa pretensão disponibilizar uma ferramenta que, sendo simples de utilizar, sirva a preparação e execução da gestão do património museológico. Este documento resulta de três trabalhos que empreendemos nesse sentido. A tradução e adaptação do SPECTRUM à realidade e contexto legal nacionais, a verificação da compatibilidade da norma, através do estudo de caso da sua aplicação no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra e a adaptação e construção de um sistema de gestão de coleções compatível com aquela norma em colaboração com a empresa Sistemas do Futuro.

Uma vez mais a todos os que contribuíram para este trabalho um enorme obrigado!

Webinar BAD – SPECTRUM: Norma de procedimentos de gestão de colecções

Webinar BAD – SPECTRUM: Norma de procedimentos de gestão de colecções

Para os meus amigos que possam estar interessados em ouvir-me sobre o SPECTRUM, apresentarei um webinar* (ver restante programa de webinars da BAD aqui) no dia 19 de Novembro, das 21:30 às 22:30, onde procurarei explicar melhor a norma e a sua implementação na gestão dos museus e das suas colecções. A seguir fica o resumo do webinar e aqui um PDF com mais informações.

A documentação em museus obedece a um conjunto de normas internacionais que se dividem habitualmente em 4 grandes áreas: Estrutura de dados, Procedimentos, Terminologia e Normas Técnicas (intercâmbio de informação, interoperabilidade de sistemas, etc.). Estas normas são, na sua maioria, discutidas e criadas por instituições internacionais, como o CIDOC, comité internacional para a documentação em Museus do ICOM (Conselho Internacional de Museus), no entanto, outras instituições, como a Museum Documentation Association (MDA) do Reino Unido têm desempenhado um papel fundamental na criação e difusão de normas que se tornam uma referência internacional. É o caso do SPECTRUM, a norma inglesa para a gestão de coleções de museus, agora gerida pela Collections Trust que serve de suporte às boas práticas de documentação em diversos países por todo o mundo e que servirá de base para a reflexão e discussão que se pretende gerar neste webinar.

* Para saberem mais sobre este interessante meio de formação da BAD e para se inscreverem (neste ou outros webinars) visitem http://www.apbad.pt/webinars2013.

© Imagem: BAD

OPENCULTURE 2013

OPENCULTURE 2013

Eu podia voltar a Londres todos os meses. Gosto da cidade, da forma como recebem os de fora, da vivência que os londrinos têm do espaço público e a oferta cultural da cidade é realmente infindável. Embora não o possa fazer todos os meses, tenho a felicidade de a visitar, normalmente a trabalho, de vez em quando. Desta feita o motivo foi a conferência sobre Colecções organizada anualmente pela Collections Trust, a OPENCULTURE.

A Collections Trust, conforme saberão, é a instituição que substituiu a (mais conhecida entre nós) Museum Documentation Association, entidade que foi a responsável pelo nascimento da norma SPECTRUM e pelo seu desenvolvimento até 2008. Desde então a Collections Trust tem assumido essa importante tarefa, com base numa estratégia de longo prazo, que passa pela disponibilização da norma de forma gratuita a museus e aos seus profissionais e pela sua internacionalização, através de parcerias estabelecidas com entidades de diversos países que possibilitem a tradução e localização da norma (adaptação ao contexto legal e profissional). O objectivo final, ambicioso devo dizer, é fazer com que o SPECTRUM seja A referência internacional nos procedimentos de gestão de colecções.

Nesse sentido a Collections Trust tem vindo a organizar, aproveitando a realização da OPENCULTURE, reuniões da comunidade internacional que trabalha com a norma (este ano designada SPECTRUM Community Gathering, no ano anterior SPECTRUM Roadmap Meeting) com o intuito de alargar a discussão relativa ao seu futuro. Nestas reuniões têm participado centenas de profissionais de museus do Reino Unido e de outros países que também utilizam o SPECTRUM. Este ano o encontro teve como principal novidade a apresentação de uma dinâmica diferente de desenvolvimento da norma, baseada em 4 elementos centrais, a saber:

SPECTRUM Standard onde se incluem os projectos de localização e tradução da norma, o SPECTRUM Digital Aset Management, o SPECTRUM Schema e o arquivo de versões anteriores do SPECTRUM; SPECTRUM Labs onde serão discutidas novas ideias e potenciais aplicações da norma; SPECTRUM Resources que servem de suporte à implementação e utilização da norma, e; SPECTRUM Community onde estão incluídas todas as pessoas e instituições que suportam e usam a norma a nível internacional.

Estes elementos centrais do programa SPECTRUM tem a sua sustentação na missão da norma, definida pela Collections Trust da seguinte forma:

Our mission as the international community responsible for the development, localization, promotion and support of SPECTRUM worldwide is to ensure that wherever collections are, they are managed accountably, professionally and with due regard to public interest.

O suporte a todo este projecto encontra-se na comunidade SPECTRUM. Um conjunto considerável de pessoas e instituições, divididas por SPECTRUM National Partners (no caso Português o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra), composta por instituições responsáveis pela localização e promoção do SPECTRUM nos diferentes países; SPECTRUM Champions (de que este vosso amigo é exemplo, segundo Nick Poole), composto por pessoas que voluntariamente se comprometem com a promoção da norma e com o suporte necessário à sua implementação; SPECTRUM Users (o principal elemento da comunidade em meu entender), os museus e profissionais que utilizam a norma na gestão das colecções e os SPECTRUM Partners, empresas e instituições que desenvolvem os sistemas de gestão de colecções compatíveis com a norma.

Esta nova dinâmica tem como objectivo lançar as bases de sustentação da próxima versão do SPECTRUM, a 5.0, bem como permitir a implementação, com base na norma, de um conjunto de ideias relativas à filosofia “Create Once, Publish Everywhere” (COPE), ao mapeamento do SPECTRUM com o CIDOC CRM e, em consequência, com um conjunto de diversas normas já mapeadas ao CRM que possibilitam um mais e mais fluído intercâmbio de informação, bem como à criação de ferramentas de formação na norma e avaliação do trabalho de gestão de colecções feito de acordo com os seus procedimentos.

Ainda nesta reunião tivemos a possibilidade de ouvir a Alex Dawson e a Susanna Hillhouse, editoras da versão 4.0 da norma, falar sobre o desenvolvimento da versão 5.0 e do formato encontrado para novas propostas de procedimentos a acrescentar ao SPECTRUM tendo em consideração a proporção gigantesca da tarefa que a Collections Trust tem em mãos. Foi com agrado que ouvi que as novas ideias para procedimentos poderão nascer de qualquer um dos membros da comunidade SPECTRUM como uma proposta, que será depois avaliada por um conjunto de instituições e especialistas, membros da comunidade, de acordo com o que é seguido em comunidades de desenvolvimento de software opensource como o Linux. Uma forma que terá as suas desvantagens, mas que ao mesmo tempo é um desafio importante para todos os membros desta comunidade. Veremos o que o futuro nos trará nesta matéria.

Todas estas e ainda mais informações podem ser recolhidas do vídeo que resultou do live streaming da reunião da comunidade, onde apresentei (a convite da Collections Trust e em representação do projecto português) uma breve actualização do estado de desenvolvimento do SPECTRUM PT (aos 19 minutos começa a minha apresentação).

Já o disse aos parceiros do projecto, mas partilho também com vocês, que o retorno que tive sobre o nosso projecto foi muito positivo, tendo sido destacado o esforço realizado na tradução e a dimensão que o projecto assumiu com a inclusão dos nossos amigos do Museu da Imigração do Estado de S. Paulo e da Pinacoteca do Estado de S. Paulo, instituições dependentes da Secretaria de Cultura daquele estado brasileiro, no projecto de tradução para português e na futura localização do SPECTRUM em território brasileiro (como é óbvio estamos completamente receptivos á participação de outros países da lusofonia. Por isso se conhecerem alguém interessado, partilhem este texto, por favor).

Para acabar importa ainda dizer que a OPENCULTURE é uma excelente iniciativa. Uma conferência de qualidade, bem organizada, actual, com temas muito interessantes, para a qual são convidados especialistas de diferentes países de todo o mundo na área do património cultural e onde são apresentados alguns dos melhores projectos da actualidade tendo em conta a dicotomia tecnologia/património. O programa da conferência, muito intenso, devo dizer, é disso a melhor prova.

Para o ano espero poder voltar e levar comigo alguns colegas de Portugal, que me dizem?

PS: um breve apontamento para indicar o link para os prémios da Collections Trust deste ano.

Documentação Museológica – Formação

Documentação Museológica – Formação

Um post de alerta (um pouco tardio, desculpem-me) para a continuação do excelente programa de formação que o CIDOC tem vindo a organizar, em parceria com o Museu da Texas Tech University, sobre documentação de museus e que agora dá continuidade através de uma parceria com a Secretaria da Cultura do Estado de S. Paulo, o Museu da Imigração, a Pinacoteca de S. Paulo e o Centro Universitário de Belas Artes de S. Paulo, com a realização do Programa de Treinamento ICOM – CIDOC dedicado ao tema “Documentação Museológica, Princípios e Prática”, o qual se irá realizar em São Paulo de 4 a 9 de Agosto.

Toda a informação sobre esta escola de verão pode ser encontrada aqui.

Sobre o curso aqui fica a introdução em destaque no wedsite atrás referenciado:

O CIDOC, Comitê Internacional de Documentação do ICOM, em parceria com o Museu da Texas Tech University, desenvolveu um programa inovador de seminários de formação em Documentação Museológica. Agora, pela primeira vez, em colaboração com a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, o Museu da Imigração, a Pinacoteca do Estado eo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, este programa de formação terá lugar no Brasil

Direcionado tanto para profissionais experientes da área de Museus como principiantes, o programa reunirá especialistas consagrados – membros do CIDOC, professores universitários, especialistas de instituições brasileiras – e profissionais da documentação em busca de orientações e treinamento. O programa de formação do CIDOC, tradicionalmente nomeado “escola de verão” acontece anualmente em diferentes localidades e as aulas são ministradas em um dos três principais idiomas do ICOM (inglês, francês e espanhol). A edição brasileira do Programa de Treinamento em Documentação Museológica do ICOM-CIDOC terá aulas em português e inglês, com tradução simultânea.

Assim como em suas versões anteriores, o programa de formação do CIDOC será abrangente e acessível. Os cursos são planejados como uma série de módulos inter-relacionados, facilitando aos participantes à possibilidade de adaptar o currículo às suas necessidades individuais e interesses particulares. Serão oferecidos cursos tanto de níveis avançados quanto básicos, contemplados com um certificado em caso de realização completa das disciplinas básicas do curso.

CIDOC trabalha em estreita colaboração com outras organizações profissionais para garantir que o programa responde a questões emergentes na prática da documentação no mundo real.

Entregue e aprovado!

Entregue e aprovado!

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“Aprovado com distinção e por unanimidade!”

Foi com estas palavras que se concluiu uma importante fase da minha vida. Aliciante, estimulante, desafiadora, mas também extenuante e exigente, são alguns dos adjectivos que usaria para descrever o percurso que tracei ao longo deste período em que procurei estudar e investigar a possibilidade de utilização de uma norma de gestão de colecções, o SPECTRUM, pelos museus portugueses, através da sua tradução e adaptação, da sua aplicação num contexto prático (estudando o caso do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra) e, finalmente, criando com a Sistemas do Futuro uma aplicação compatível com essa norma que facilite a sua utilização e disseminação pelos museus. Espero que o resultado possa ser útil aos museus e a todos os seus profissionais que se dedicam à gestão das colecções. No entanto, como todo o fim é o começo de algo novo, em breve trarei aqui notícias de futuros projectos que o desenvolvimento deste trabalho proporcionou e que serão, na minha perspectiva, importantes para a utilização das colecções dos nossos museus.

No entanto, queria aproveitar uma vez mais para deixar aqui expresso o devido reconhecimento e agradecimento a todos os colegas, amigos, família, professores e instituições que de alguma forma contribuíram para este momento.

Desde logo ao Prof. Doutor Pedro Casaleiro e à Prof.ª Doutora Marta Lourenço, arguentes da tese, pelos elogios, questões e, acima de tudo, importantes reparos, que procurarei incorporar na versão final (com correcções) de acordo com as sugestões feitas. Foi um privilégio para mim poder ser avaliado por duas pessoas com um percurso académico e profissional de excelência como é o do Prof. Pedro Casaleiro e da Prof.ª Marta Lourenço.

Um segundo cumprimento é devido ao meu caro amigo (perdoar-me-à a quebra da formalidade) Rui Centeno, meu orientador no mestrado e agora, pelo importante contributo científico que deu ao meu trabalho e, acima de tudo, por estar sempre presente quando necessário. Foi um suporte essencial para este percurso, obrigado. Terá sempre aqui um amigo disponível.

Um agradecimento é também devido ao Prof. Doutor Gonçalo Vilas-Boas, presidente do júri, pelos cumprimentos e elogios.

Ao Prof. Armando Coelho um agradecimento enorme pelo apoio que sempre foi para mim e, especialmente, pela dedicação que entregou sempre ao curso de Museologia. Todos os que lá passamos devemos-lhe essa homenagem.

À Prof. Alice Semedo o agradecimento pelo elogio que fez a mim e ao trabalho que apresentei, o qual me deixou muito sensibilizado, mas principalmente pelo papel importante que a Alice desempenhou (desempenha) enquanto professora do curso de museologia. Já tive a oportunidade de escrever num agradecimento que uma importante parte do trabalho que defendi na segunda-feira a ela se deve. Obrigado.

Ao Museu da Ciência da Universidade de Coimbra e à Sistemas do Futuro é devido um enorme agradecimento por terem, enquanto instituições relevantes no panorama português, acreditado e apoiado este projecto mesmo na fase difícil que o país atravessa.

Ao Prof. Paulo Gama Mota, director do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, um agradecimento especial, por acreditar que este projecto e o SPECTRUM poderão ser importantes para o desenvolvimento do museu e por ter colocado à minha disposição tudo o que foi preciso para a execução do trabalho.

Ao meu amigo Fernando Cabral, director da Sistemas do Futuro, por ter acreditado neste projecto desde 2008 e por incentivar sempre a procura de conhecimento. É a ele que se devo agradecer, antes de mais, todos os recursos que tive à minha disposição neste projecto e também o investimento que a empresa faz em mim e neste projecto. Obrigado, meu caro, terá sempre aqui um amigo para o que der e vier.

Aos meus amigos Natália, Sónia, Maria, António, Hugo, Armindo e Adão um agradecimento por me terem aturado diariamente ao longo destes anos e pelo vosso importante contributo (directo e indirecto) para a conclusão deste trabalho. Espero conseguir retribuir da mesma medida.

À Collections Trust, em especial ao Nick Poole, ao Gordon McKenna, à Alex Dawson e à Susanna Hillhouse por terem acreditado que este era um projecto interessante e confiarem em mim para a sua execução.

À Fundação para a Ciência e Tecnologia que apoiou financeiramente este projecto através do programa de bolsas de doutoramento em empresa um reconhecimento especial e os votos para que possa continuar apoiar, na área dos museus e património, projectos feitos em parceria com as empresas do sector.

A todos os colegas e professores com quem aprendi e continuarei a aprender, com um especial carinho pelos que puderam estar presentes fisicamente, um enorme obrigado pela vossa força e ensinamentos.

Uma vez mais a todos os amigos, com uma particular dedicatória a todos os que atravessam momentos mais difíceis, com a esperança que sejam momentos que acabem brevemente, fica aqui o meu agradecimento pelos parabéns em forma de mensagem, redes sociais, telefonemas, etc. e também o reconhecimento do papel importante que vocês desempenham na minha vida. À Zé um obrigado especial não só pelos km que fez para estar presente, mas pelo bloco de notas em branco…

Aos meus pais e irmãos um beijo do tamanho do mundo. Nada do que possa fazer é agradecimento suficiente para o que vocês me deram e continuam a dar.

Aos meus sogros, cunhados, cunhadas e sobrinho um beijo muito especial por estarem sempre presentes e serem um apoio sem igual.

À minha mulher, para quem devem ir todos os elogios feitos à clareza e rigor da escrita, o maior dos agradecimentos. Sem ti não era mesmo possível. Obrigado por TUDO!

À Inês e ao João fica a dedicatória deste trabalho por terem sido cúmplices deste projecto com os mimos e amor que o tornaram possível.

Obrigado por tudo e agora vamos em frente que atrás vem gente!

Nota: Assim que tiver a tese publicada (no repositório da UP) aviso e coloco o link.