XII Encontro Regional da BAD Açores

XII Encontro Regional da BAD Açores

O tempo (esse eterno e fugidio bandido) não me tem permitido, neste final de ano, cumprir com um objectivo que tracei aqui para o blog depois da arguição da tese. O único mal que vejo nessa situação é o facto de me retirar o prazer de vir aqui partilhar, com os meus caros amigos, algumas das ideias, acontecimentos, aprendizagens e pessoas com que me tenho felizmente cruzado nos últimos tempos. Um post sobre o muito proveitoso (sem qualquer falta de modéstia) seminário de museus universitários, as participações em alguns eventos, outro sobre o prazer que foi ler e arguir uma dissertação de sociologia (no campo dos museus e novas tecnologias), entre muitas outras coisas, têm ficado em banho maria. Não podia, no entanto, deixar de escrever sobre a fantástica experiência que tive nos Açores, no XII Encontro Regional da BAD (sob o tema “Novos Papéis, Novos Serviços: Preparado para a(s) mudança(s)?”), para o qual foi muito amavelmente convidado através do Grupo de Trabalho sobre Sistemas de Informação em Museus da BAD.

Este encontro regional que já vai na sua 12ª edição é, pelo que pude apurar, um momento importante de reflexão para os profissionais de informação açoreanos (chegaremos lá mais adiante, mas importa dizer que também deveria ser para os profissionais do continente e Madeira) e decorreu este ano na Ribeira Grande fruto do empenho de uma equipa liderada pela Cláudia Santos da delegação regional da BAD. O programa do encontro (e outras informações) está disponível aqui.

O dia começou com uma excelente comunicação do Pedro Penteado que se centrou no excelente, do meu ponto de vista, trabalho que está a ser desenvolvido na DGARQ, no âmbito dos arquivos, em distintas frentes, das quais retive, com muito interesse o Programa “Administração Eletrónica e Interoperabilidade Semântica” e as ferramentas importantes que são o MEF (Macroestrutura Funcional) e o MIP (Metainformação para a Interoperabilidade) aí desenvolvidas. Um exemplo a seguir, com as devidas diferenças, claro está, noutras áreas (se é que me percebem). Ainda de manhã vimos, numa excelente apresentação de um caso prático, as dificuldades com que os profissionais de arquivos se debatem quando confrontados com a (des)organização que encontram em muitos arquivos portugueses. Para mim, de uma área diferente, não sendo uma descoberta absoluta, fez-me perceber melhor alguns dos (maus) pontos de contacto entre museus e arquivos.

A tarde, onde eu tentei dar o meu ponto de vista sobre o presente e futuro dos sistemas de informação em museus (espero ter conseguido), foi preenchida com a apresentação do projecto da nova (e ansiada) biblioteca da Ribeira Grande (com a boa novidade que será uma realidade no próximo ano) e com uma boa análise (uma nota que tirei da apresentação é que tenho de falar com alguém de arquivos da próxima vez que precisar de analisar um sistema de documentação num museu) sobre a documentação dos museus nos Açores, da responsabilidade da Cristina Moscatel (arquivista responsável pelos Museus da C. M. da Ribeira Grande), da qual destacaria, porque é um tema que me tem interessado muito, a pouco frequente referenciação existente entre a informação existente nos arquivos, bibliotecas e museus (um problema nacional e internacional a meu ver) que se verifica nos museus analisados. É um tema ao qual pretendo voltar em breve e sobre o qual os dados levantados pela Cristina são bastante relevantes.

Em cada um destes painéis, ao contrário do que vejo acontecer noutros casos, o debate foi muito participativo e interessante. De entre todas as questões levantadas, permitam-me que destaque uma sobre a necessidade e importância do associativismo na área da museologia, porque na altura dei uma resposta incompleta, à qual gostaria agora de acrescentar o convite aos profissionais do sector para a participação no ICOM ou na APOM e a sugestão da criação de uma delegação regional daquelas duas associações profissionais do sector.

No final de um dia intenso fomos ainda presenteados com uma visita ao Museu Vivo do Franciscanismo (Ribeira Grande) e com um simpático (e muito bem servido) jantar onde tive a oportunidade de conhecer melhor alguns dos participantes no evento  e saber de viva voz sobre a área da cultura nos Açores, sobre diferentes percursos e experiências profissionais, sobre projectos e, principalmente, sobre um arquipélago do qual fiquei fã incondicional. Como diz o Rui Raposo estes momentos informais de partilha são extraordinariamente importantes para o nosso enriquecimento pessoal e profissional.

No final, ainda não contentes com tudo o que já me tinham proporcionado, ainda fui contemplado com a possibilidade de dar uma volta e conhecer, juntamente com o Pedro Penteado (obrigado pelas orientações e sugestões, meu caro), essa maravilha que é a ilha de S. Miguel.

Não posso deixar aqui de agradecer a todos(as), com um destaque especial para a Cláudia, a Maria João e a Adelaide, por tudo. Contem aqui com este vosso amigo sempre que precisarem.

Deixo-vos o link para uma notícia do Encontro na RTP Açores e uma pequeníssima amostra da maravilha que é S. Miguel para vos despertar a vontade de uma visita.

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Visualização de Informação – Blog e livro

Visualização de Informação – Blog e livro

Não sei se vocês, como eu, gostam de explorar os meandros da visualização de informação e das imensas ferramentas que estão hoje disponíveis para apresentar ou representar de forma mais apelativa dados e informação (a ver se acabamos de vez com os gráficos do excel) sobre os mais diversos assuntos. Se forem certamente ficarão interessados neste livro do Nathan Yau, autor do excelente blog FlowingData (que sigo já há algum tempo com muita atenção) e de um “bestseller” sobre o mesmo tema intitulado Visualize This, onde o autor trata este assunto recorrendo a diversos exemplos de representação de informação normalizada e não-normalizada.

Os dois livros estão disponíveis para compra na Amazon. Abaixo um vídeo sobre o Data Points: Visualization That Means Something.

[youtube=http://youtu.be/s8v7_oamjUM]

Informação e segurança

Informação e segurança

Já aconteceu certamente a muitos de nós. Estar a trabalhar num documento, a fazer um trabalho qualquer durante semanas, meses até, e de um momento para o outro, por uma falha no sistema, problema no disco rígido ou outro qualquer problema, ficamos sem a possibilidade de aceder a um ficheiro, a uma base de dados, à informação que estava naquele suporte informático.

Eu já perdi alguns dias de trabalho com uma situação destas e conheço situações completamente calamitosas de bases de dados inteiras que ficaram inutilizadas ou perdidas, comprometendo meses de trabalho feito e impossibilitando o desenvolvimento de projectos que tinham como base a informação aí reunida. Não adianta sequer falar em sistemas de segurança de dados em determinadas situações, porque não obstante os constantes avisos para a necessidade de backups de informação, ainda há muito boa gente que não os faz. Não os faz com os dados pessoais e não acautela que o façam nos grandes sistemas de gestão de informação. E, ainda assim, quando o fazem não acautelam todos os procedimentos que garantam a fiabilidade dos dados guardados em backup e a sua posterior recuperação e utilização (testando os backups por exemplo). Hoje em dia este problema deveria ser cada vez mais discutido e pensado, mas ainda vejo uma preocupante despreocupação com a questão.

Ao ler esta história sobre a perda da informação que a Pixar (sim… essa mesmo… a dos filmes de animação) teve quando estava em plena produção do Toy Story 2, fico com arrepios de frio ao imaginar o que iria na cabeça dos responsáveis quando se deram conta da dimensão do problema e, ao mesmo tempo, alegra-me pensar que não é só em Portugal que o sistema de desenrasque funciona. Vejam lá a descrição da história na primeira pessoa (vídeo abaixo) e se tiverem tempo (aconselho vivamente) leiam o texto em que toda situação é descrita, incluíndo a atitude em relação à pessoa que cometeu o erro de executar um comando “delete all” na raíz de um directório que continha todo o projecto do Toy Story 2.

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E vocês, fazem backups?