A primeira vez que ouvi falar do ICOM (International Council of Museums) foi no ido ano de 1996 quando entrei como estagiário no Museu de Aveiro e os colegas do museu, hoje bons amigos, me passaram informações sobre o nosso código deontológico, a definição de museu, os diferentes trabalhos dos comités internacionais e alguma da sua história. Na altura, caso não se recordem, o acesso à internet não era o que temos hoje e por isso descobrir o ICOM, e todo o vasto trabalho que desenvolveu desde o fim da II Grande Guerra, não estava à distância de um clique. Era preciso algum tempo, uma boa biblioteca (a da FLUP e a do Museu no caso) e algumas pestanas queimadas para nos inteirarmos sobre a maior parte dos assuntos. Assim foi com o ICOM.
Em 2004, já não estagiário do museu e resolvidos alguns constrangimentos relativos à minha situação profissional, tornei-me membro do ICOM e desde então tenho acompanhado de perto o trabalho do ICOM, do ICOM Portugal e do comité internacional do qual faço parte, o CIDOC. Sigo também, com alguma regularidade, o trabalho de outros comités internacionais e nacionais que me interessam mais a nível profissional.
Hoje, porém, o que aqui quero salientar é o importante e meritório trabalho desenvolvido pelo comité nacional do ICOM nos dois últimos mandatos. A direcção que agora cessa a sua actividade, presidida pelo Dr. Luís Raposo, teve um papel fundamental na promoção e capacitação do ICOM Portugal para os desafios que enfrentamos actualmente. Em muitos momentos importantes, fomos ouvidos, a par de outras associações, sobre o papel dos museus, o seu futuro, as suas angústias, os seus benefícios, etc. Soube o ICOM e os seus corpos gerentes levantar a voz dos profissionais dos museus com argumentos válidos e esteve presente quando se discutiam assuntos relevantes para os museus e seus profissionais. Promoveu, no seu boletim, diversos e interessantes temas. Organizou conferências, eventos, debates e outros fóruns de discussão onde os profissionais de museus puderam ensinar, aprender e partilhar. Foram dois mandatos muito bons na minha opinião.
Na passada segunda-feira (31 de Março), nas jornadas de primavera que o ICOM tem organizado de forma regular, depois de uma excelente comunicação da Gail Lord (outra das boas coisas que o ICOM tem feito é o contacto que nos tem proporcionado com profissionais de excelência) e de um debate muito interessante sobre a programação e planeamento dos museus, a direcção do Dr. Luís Raposo apresentou o seu último relatório de actividade e contas e elegemos novos corpos gerentes, dos quais este vosso amigo faz (com orgulho) parte, que serão presididos pelo Dr. José Alberto Ribeiro. Segue abaixo a composição dos novos corpos gerentes do ICOM Portugal para o triénio 2014-2017:
Direcção
A ambição, sei que elevada, é tentar fazer melhor trabalho do que os nossos antecessores e melhorar cada vez mais o ICOM Portugal. Fica aqui o nosso compromisso para os próximos 3 anos.
Aproveito para deixar aqui um agradecimento público ao José Alberto Ribeiro e à Joana Sousa Monteiro pelo convite para integrar a lista que venceu as eleições e desejar a todos os colegas que a integraram e foram eleitos o maior sucesso nesta empreitada. Por fim, queria deixar a todos os colegas que nos antecederam nos corpos gerentes um enorme agradecimento pelo trabalho que desenvolveram nos últimos seis anos.