“Quem combate monstruosidades deve cuidar para que não se torne um monstro. E se você olhar longamente para um abismo, o abismo também olha para dentro de você”
Nietzsche, Friedrich, Além do Bem e do Mal – Coleção Grandes Obras do Pensamento Universal – 31. 3ª edição. Editora Escala, 2011.
Li pela primeira vez esta frase de Nietzsche, acreditem ou não, num livro da Marvel chamado “Guerra Infinita” (vai ter direito a filme no próximo ano) publicado há muitos anos atrás e recordo-a sempre que vejo alguém combater um problema, com um outro problema ou criando um problema ainda maior. É, ou melhor tem sido, o que acontece com a migração e os migrantes actualmente. Olhamos de forma indignada para a monstruosidade que causa a migração em massa, mas a inércia que temos face a este problema tem um potencial enorme para nos transformar em monstros. Não me tomem à letra. Eu sei que é uma questão complexa, mas sinceramente não deveríamos fazer mais para resolver isto?
Não se cansem que eu próprio respondo. Devíamos!
E foi isso mesmo que a Acesso Cultura fez com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. Uma publicação intitulada A Inclusão de Migrantes e Refugiados: O Papel das Organizações Culturais que pretende ser uma ferramenta de apoio para que as instituições culturais (museus e não só) possam ter um papel activo no esforço para a inclusão das pessoas que se vêem obrigadas a migrar ou forçadas a procurar asilo fora e longe dos seus países. Um documento que contém entrevistas, recomendações, contactos úteis, referências bibliográficas sobre o tema, etc. que nos ajudam na procura das respostas às questões iniciais: Por onde começar? O que é preciso saber? O que fazer e como?.
À Maria Vlachou vai daqui um enorme obrigado por este excelente trabalho. Obrigado esse que estendo à Ana Carvalho, à Ana Braga e ao Hugo Sousa e a todos os envolvidos neste excelente contributo.
A publicação pode (e deve) ser descarregada aqui (em Português e Inglês).