Dia Internacional dos Museus – 2012

Dia Internacional dos Museus – 2012

Este ano a minha comemoração do Dia Internacional dos Museus (DIM) não é feita no dia, ou seja amanhã 18 de Maio, mas sim no Sábado, dia 19, que vou aproveitar para levar a família ao Museu dos Transportes e Comunicações (segue abaixo o programa) e no Sábado seguinte, dia 26, através da participação na Maratona de Museus promovida pela Câmara Municipal de Ovar (sobre a Rede Museológica do concelho) e no debate sobre “Redes Museológicas” que terá lugar no Museu de Ovar, às 21:45h. Em baixo segue também o programa completo das iniciativas da Câmara de Ovar para celebrar este Dia Internacional de Museus.

Para os meus amigos e leitores que por cá costumam passar fica também o link para a excelente iniciativa (de louvar a reunião daquela quantidade de informação num só local: Parabéns Patrícia pelo feito!) do Pportodosmuseus que reúne a informação das comemorações de algumas centenas de museus por todo o país.

Por fim queria também agradecer aos colegas e amigos que por todos os museus do país, com maior ou menor esforço e apesar das dificuldades que o sector atravessa, conseguiram organizar um conjunto de iniciativas de grande mérito e interesse. Para todos eles, do Minho aos Açores, de Bragança à Madeira, um enorme OBRIGADO!

 

Programa do Museu dos Transportes e Comunicação

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Programa da Câmara Municipal de Ovar (Rede de Museus de Ovar)

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X Jornadas do ICOM – MNSR (Porto)

X Jornadas do ICOM – MNSR (Porto)

Fica aqui o comunicado da direcção do ICOM Portugal sobre as 10ª edição das suas jornadas que tiveram lugar ontem no Museu Nacional de Soares dos Reis no Porto. Via Lista Museum.

Comissão Nacional do ICOM cria bolsas de estudo para fomentar internacionalização e defende Rede Portuguesa de Museus

 

Durante as X Jornadas da Comissão Nacional Portuguesa do ICOM que decorreram ontem no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, foi anunciada a criação da bolsas de estudo visando fomentar a participação de profissionais de museus em encontros internacionais de museologia e ciências afins. As candidaturas para 2012 podem ser apresentadas até 20 de Maio, sendo apreciadas por júri composto pelo Presidente da Comissão, Luís Raposo, e pelas museólogas Raquel Henriques da Silva e Clara Camacho.

 

Na sessão de abertura das Jornadas esteve presente, em presentação do Secretário de Estado da Cultura, o indigitado Director-Geral do Património Cultural, Elísio Summavielle, que prestou algumas informações acerca da nova orgânica da tutela desta área, a qual deverá começar a funcionar em Maio.

 

Conhecer e comunicar com os públicos – interpretação, exposição e educação museais; Proteger e promover o património cultural e natural – Incorporação, investigação e preservação de acervos; Entre as tutelas e as comunidades: modelos de gestão dos museus

 

Tendo como referência o tema geral do Dia Internacional dos Museus deste ano (“Museus num Mundo em Transformação. Novos desafios, novas inspirações”), as Jornadas do ICOM Portugal abordaram questão específica da Deontologia Profissional, questionando que estarão a surgir novos paradigmas neste domínio. Para o efeito organizaram-se três painéis sucessivos sobre divulgação e comunicação, gestão de acervos e modelos organizacionais. Estiveram no centro dos debates questões como as sustentabilidade e até rentabilização dos museus, conjugando-as com a definição internacional que faz dos museus “instituições permanentes, sem fins lucrativos, ao serviço da sociedade e do seu desenvolvimento”.

 

À luz das reflexões gerais apontadas foi especialmente focada a situação concreta dos museus portugueses, na conjuntura da crise financeira, económica e social que o País atravessa e da anunciada alteração dos modelos orgânicos do Estado central nesta área. Entre todas as apreciações realizadas salienta-se a avaliação positiva do percurso realizado nas duas últimas décadas, patente na Lei-Quadro dos Museus Portugueses (lei de direito reforçado, aprovada por unanimidade na Assembleia da República), que importa respeitar e fazer cumprir em toda a plenitude, e na construção da Rede Portuguesa de Museus (RPM), estrutura autónoma do aparelho de Estado, considerada como um agente fundamental da “revolução tranquila” operada no sector. Neste contexto, foi especialmente criticada a eventual subordinação hierárquica e fragmentação geográfica das competências de certificação, formação profissional e fomento das boas práticas museológicas, asseguradas pela RPM. Teme-se que um tal desenvolvimento conduza ao enfraquecimento das políticas nacionais, transparentes e suportadas em fundamentos técnicos sólidos, abrindo espaço a recuos de décadas para tempos em que o apoio financeiro do Estado ao ímpeto da criação de museus revestia grande opacidade, sendo frequentemente refém de voluntarismos e caudilhismos incompatíveis com a boa gestão dos recursos públicos e impróprios da construção de um País democrático e plenamente europeu, como se pretende constituir projecto de agregação nacional.

 

A Direcção do ICOM Portugal, em 28 de Março de 2012.

Aproveito apenas para dar os parabéns a toda a equipa da direcção do Dr. Luís Raposo pelo excelente trabalho realizado no ano passado e desejar a sua continuação.
X Jornadas do ICOM Portugal

X Jornadas do ICOM Portugal

Sobre o tema “Deontologia dos profissionais de museus: Novos Paradigmas?” terão lugar no Museu Nacional Soares dos Reis as X Jornadas do comité nacional do ICOM no próximo dia 27 de Março. O programa inicia-se às 10:00h e estende-se até às 18:00h, realizando-se em seguida a Assembleia Geral do comité, como tem sido costume.

Recordo a todos os interessados que a entrada é livre e não é necessária qualquer inscrição. A participação está limitada, no entanto, à capacidade do auditório do museu.

Num tempo de crise e de dúvidas é sempre lembrar que temos um código deontológico que rege a profissão e que deve ser seguido sem excepção. Abaixo fica o cartaz com o programa que recebi do ICOM Portugal.

 

Museus e Sustentabilidade Financeira

Museus e Sustentabilidade Financeira

Excelentes duas horas que passei no encontro organizado pelo ICOM Portugal sobre a sustentabilidade financeira (e outras) dos museus nos tempos difíceis que vivemos. Excelente também a organização deste encontro pela Maria Vlachou e pela Inês Brandão e a oportunidade do mesmo e por estes motivos aqui fica o meu reconhecimento à actual direcção do ICOM pelo trabalho que tem desenvolvido nos últimos anos.

Para além do meu reconhecimento fica também um pedido de desculpas mais público, por não me ter sido possível assistir a todo o encontro, mas as responsabilidades inerentes à paternidade e questões urgentes no trabalho, impediram-me de ter assistido, como gostava, a todas as comunicações.

Em todo o caso alguns aspectos que foram abordados da parte da manhã serviram de mote para pensar sobre este importante assunto e perceber que não podemos ter uma receita comum para todos os museus e que todo este problema tem de ser encarado de uma forma global e respondido com base numa sólida estratégia reflectida numa política museológica para ser implementada no médio prazo.

Dos assuntos abordados e discutidos houve um que me chamou a atenção, por me parecer de resolução tão óbvia, a actual lei do mecenato e o empecilho que a burocracia do Estado é para as empresas e particulares. E chamou-me a atenção por ser um assunto sobre o qual ainda não ouvi (nos últimos tempos pelo menos) uma única declaração da parte dos responsáveis. Era uma boa contrapartida aos anunciados cortes, não vos parece? Uma lei do mecenato que ajudasse o sector em vez de ser complicada e geograficamente focalizada na capital ou em instituições culturais de grande porte. Uma lei que pudesse facilitar e dar incentivos a quem pretende contribuir directamente para um projecto cultural da sua eleição.

Parece-me que temos muito, mesmo muito para fazer, mas ontem fiquei com a certeza que temos gente competente para levar o barco a bom porto.

VI Encontro de Museus de Países e Comunidades de Língua Portuguesa

VI Encontro de Museus de Países e Comunidades de Língua Portuguesa

Não me canso de elogiar o excelente trabalho que os colegas da direcção do comité nacional do ICOM estão a desenvolver nos últimos anos. Já o fiz em diversos lugares, mas aproveito também para deixar aqui escrito o meu reconhecimento pelo excelente e meritório trabalho.

O encontro referido no título é mais um exemplo de uma excelente iniciativa que promove o diálogo entre diferentes países com um elo comum, a língua portuguesa. De facto, a menção, no texto de divulgação publicado no site do ICOM Portugal, para a intenção de “regular […] parcerias entre profissionais e museus em países e comunidades de língua portuguesa e potenciar a sua afirmação no seio do ICOM”, parece-me ser um dos mais importantes contributos, a par dos Seminários de Investigação em Museologia de Língua Portuguesa e Espanhola, para a afirmação internacional da museologia portuguesa.

Gostava muito de apresentar uma comunicação sobre a minha área de investigação, mas não me parece (pode ser erro de leitura meu) que haja uma área onde possa incluir uma comunicação sobre documentação em Museus. Vou inquirir a direcção do ICOM e a organização do encontro sobre esse assunto. Em todo caso farei o impossível para estar presente, apesar de na mesma altura se realizar o CIDOC e o seminário referido acima. Será, não tenho dúvidas nenhumas, um dos momentos mais marcantes na museologia nacional.

Mais informações em VI ENCONTRO DE MUSEUS DE PAÍSES E COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

Programa e apelo

Museus e participação

Há uns dias atrás, numa conversa com colegas de profissão, questionaram-me sobre a utilidade de pertencer a uma organização como o ICOM. Na altura não liguei muito à pergunta e respondi que me parecia bastante útil a participação num fórum mundial sobre museus como o ICOM, sem pensar muito sobre a resposta. Parecia-me óbvio. Parece-me ainda óbvio que enquanto profissionais de museus não nos podemos alhear do mundo que nos rodeia.

Para os que ainda não sabem (imagino que sejam muito poucos, mas aqui vai) o ICOM (International Council of Museums) é um organismo internacional, ligado à UNESCO, que tem um conjunto de missões ligado ao desenvolvimento dos museus e seus profissionais em todo o Mundo. Este organismo tem um papel determinante na definição de metodologias, ética e gestão dos museus e seus profissionais. É também o fórum de debate por excelência para todos os assuntos relacionados com museus e o património cultural que estes guardam e transmitem, abragendo áreas como a conservação, documentação, divulgação e salvaguarda das colecções, através dos seus comités internacionais que se dedicam a assuntos específicos (CIDOC, ICOM-CC, DEHMIST, etc.). Está presente, através dos comités nacionais, na maioria dos países e desempenha um importante papel no desenvolvimento da museologia a nível local. É uma rede de profissionais de excelência que conta com mais de 28.000 membros individuais e mais de 2000 museus que discutem, nas conferências trienais ou nas conferências anuais de cada comité, tudo o que importa nas diferentes áreas da museologia e apresentam soluções ou caminhos a seguir para melhor cumprir a missão do Museu.

Da minha experiência, ainda que curta, só posso dizer que aprendi de cada vez que participei nas conferências do comité internacional de que faço parte (CIDOC). Aprendi, fiz bons contactos, partilhei experiências, evitei alguns erros com experiências alheias, mas acima de tudo, senti que cada um de nós pode ser útil e contribuir para melhorar os Museus.

Por todos estes motivos queria instigar cada um dos meus leitores que ainda não é membro do ICOM a ir ao site do ICOM ou do Comité Português e inscrever-se para participar e contribuir com todo o seu conhecimento e experiência.