Há poucos dias atrás, aproveitando o feriado de Agosto e uns dias de férias, rumei ao centro do país para dois dias de descanso total. Fomos para perto da Serra de Sicó, ali para os lados de Condeixa, para um local de que tivemos conhecimento através das excelente série de reportagens da SIC “Ir é o melhor remédio”, o Villa Pedra. Um conjunto de casas que em tempos foi uma pequena aldeia e que agora está ser recuperada para o turismo de acordo com um projecto que me pareceu muito interessante nas suas diversas vertentes. Aconselho vivamente a experimentar.
Ora como passamos por Condeixa não pude deixar de parar, na viagem de volta, pelo Museu Monográfico de Conímbriga e relembrar as viagens que costumava fazer em miúdo com os meus pais para visitar castelos, cidades, aldeias, museus e outro património por esse país fora.
À chegada recordei logo um passeio em família a Conímbriga que contemplou um piquenique no qual nunca faltavam os bolinhos de bacalhau, os panadinhos, os rissóis e aquele arroz maravilhoso que só as tias conseguiam fazer. Aquele parque de estacionamento é, ainda hoje, usado para piqueniques, facto que me deixou um pouco admirado confesso. É um hábito que julgava (ignorância minha certamente) perdido ou em desuso.
Após esta boa recordação seguimos para a bilheteira. Devo dizer que esta minha visita a Conímbriga aconteceu a um domingo e que a nossa chegada ao museu deu-se por volta das 13:45h, no entanto, o funcionário que nos atendeu foi extremamente simpático e recordou-me que até às 14:00h, e por ser domingo, o bilhete era gratuito. Esta questão da gratuitidade dos museus é algo que está em cima da mesa, mas deixem que vos diga que o facto agradou a todos os que estavam para entrar no museu e perguntavam o custo de ingresso.
As ruínas romanas continuam a fascinar-me. Não há vez que visite Conímbriga ou qualquer outra antiga cidade romana que não fique completamente fascinado com aquela cultura e sociedade. O seu culto pela beleza e harmonia, a sua relação com os povos que “romanizavam”, as suas crenças e o modo como as praticavam, a força dos seus exércitos, a sua decadência, enfim… tudo é fascinante na civilização Romana. E Conímbriga é um espelho disso. De tudo o que revisitei agora não me recordava apenas da vista que se contempla em frente às ruínas e que tentei captar na seguinte imagem.
No entanto penso que Conímbriga já merecia ser alvo da atenção por parte dos responsáveis da Secretaria de Estado da Cultura em relação ao que oferece aos seus visitantes. Falo apenas das instalações e não de todo o projecto do museu, uma vez que não tenho conhecimentos nem dados para me referir ao enorme projecto de investigação que é este sítio arqueológico.
O museu merecia algumas obras na entrada e no parque de estacionamento, merecia limpeza de mato perto da estrutura da casa dos Repuxos, merecia uma exposição renovada e mais abrangente utilizando mais as novas tecnologias como recurso didáctico e exploratório, merecia o patrocínio de uma empresa de chapéus de chuva/sol para proteger o visitante do calor abrasador de Agosto, merecia um renovado site, merecia atenção séria e capaz de potenciar o excelente trabalho que a equipa do museu tem vindo a fazer nas mais diversas vertentes (formação, conservação e restauro, apoio às escolas, educação, etc.)
Espero que a consiga em breve apesar da situação financeira do país.