Excelentes duas horas que passei no encontro organizado pelo ICOM Portugal sobre a sustentabilidade financeira (e outras) dos museus nos tempos difíceis que vivemos. Excelente também a organização deste encontro pela Maria Vlachou e pela Inês Brandão e a oportunidade do mesmo e por estes motivos aqui fica o meu reconhecimento à actual direcção do ICOM pelo trabalho que tem desenvolvido nos últimos anos.
Para além do meu reconhecimento fica também um pedido de desculpas mais público, por não me ter sido possível assistir a todo o encontro, mas as responsabilidades inerentes à paternidade e questões urgentes no trabalho, impediram-me de ter assistido, como gostava, a todas as comunicações.
Em todo o caso alguns aspectos que foram abordados da parte da manhã serviram de mote para pensar sobre este importante assunto e perceber que não podemos ter uma receita comum para todos os museus e que todo este problema tem de ser encarado de uma forma global e respondido com base numa sólida estratégia reflectida numa política museológica para ser implementada no médio prazo.
Dos assuntos abordados e discutidos houve um que me chamou a atenção, por me parecer de resolução tão óbvia, a actual lei do mecenato e o empecilho que a burocracia do Estado é para as empresas e particulares. E chamou-me a atenção por ser um assunto sobre o qual ainda não ouvi (nos últimos tempos pelo menos) uma única declaração da parte dos responsáveis. Era uma boa contrapartida aos anunciados cortes, não vos parece? Uma lei do mecenato que ajudasse o sector em vez de ser complicada e geograficamente focalizada na capital ou em instituições culturais de grande porte. Uma lei que pudesse facilitar e dar incentivos a quem pretende contribuir directamente para um projecto cultural da sua eleição.
Parece-me que temos muito, mesmo muito para fazer, mas ontem fiquei com a certeza que temos gente competente para levar o barco a bom porto.