Onde se começa a falar de “descolonização de dados” (seja lá isso o que for) e se acaba a inventar um conceito novo: documentação lenta. Porque queremos reclamar o tempo para ouvir e esgrimir argumentos. Queremos contrariar a tendência de resposta e juízo rápido em que as palavras são bandeirinhas que se levantam num mundo cada vez mais binário.
Queremos também que nos contem se conhecem projetos em instituições de memória em Portugal que tenham aberto as suas coleções ao escrutínio de grupos comunitários e especialistas externos na construção de um discurso partilhado sobre objetos e a sua documentação. Porque nós não conhecemos nenhuma e achamos mesmo que a “descolonização de colonização de coleções” (seja lá o que isso for) deve passar por aí.
O prato principal das sugestões do chefe é assim a metodologia Revisiting Collections que se propõe ensinar-nos como isto se faz. Como sugestão complementar temos a página Museums Data Laundry que, além de um belo título, também discute a documentação na perspetiva da descolonização.
Aqui está mais um episódio do podcast mais irregular do universo!
A imagem deste episódio é uma peça de arte côkwe, ou quioca, e é reproduzida daqui.
Concordo quando se diz que a informação não é definitiva mas… deve pelo menos ser maturada/ponderada! Há ónus sobre a nossa área que convém reter: temos um papel crucial na educação! E quando se educa, educa-se aquilo que se considera (pelo menos à data em que se está a educar) o correto… Mas… Isto dava “pano para mangas” (e se calhar para as pernas e para o resto do outfit :))
🙂 tu estás atento!