CIDOC 2009 – Uma boa experiência

Devo começar este texto sobre o CIDOC com uma referência importante em relação ao país de acolhimento da conferência deste ano, o Chile, e à comissão organizadora Chilena, na pessoa da Dr.ª Lina Nagel. Um e outro foram excepcionais em providenciar uma óptima experiência, pelo menos para mim, num dos países da América do Sul que mais vontade tinha de conhecer (a seguir ao Brasil e à Argentina).

O Chile, aliás o vale do Mapocho (onde fica Santiago), Valparaíso e Viña del Mar, uma vez que só estive nestes sítios, é uma viagem a não perder. Santiago é uma cidade bastante europeia, diferente do Rio, por exemplo, mas ainda assim com aquele jeito que caracteriza as cidades sul americanas. É animada, as pessoas são simpáticas, é grande e espaçosa, é poluída (tem 7 milhões a residir à sua volta), tem uma área antiga e uma parte nova e mais cosmopolita, mas não deixa de ser uma cidade do novo mundo. Eu devo confessar que gostei muito de Santiago. Viña del Mar é uma cidade de praia, não me pareceu nada de especial, mas tem um líndissimo palácio perto do local onde se costuma realizar o famoso festival de música de Viña del Mar (que é um anfiteatro fantástico). Vejam as imagens.

Valparaíso é uma cidade classificada como património da humanidade pela UNESCO. Parecidíssima com o nosso Porto. Fica toda espraiada nas encostas de diferentes Cierros (colinas) e vista do Porto, ou da casa do poeta Pablo Neruda tem uma beleza verdadeiramente preciosa. Dizem que a noite de Valparaíso é uma das melhores da América do Sul, mas infelizmente não tive como comprovar.

Quanto ao comité que organizou o CIDOC não podia deixar de lhes enviar daqui de Portugal um enorme muito obrigado pela forma como nos receberam. Um obrigado muito especial vai para Marisol Richter e para Lina Nagel. Foram formidáveis em todos os aspectos.

Os próximos post falarão da conferência em si e de algumas apresentações que me pareceram muito interessantes.

Último dia do CIDOC 2009

Devo dizer-vos que fico cada vez mais contente por ter esta oportunidade de vir ao CIDOC. Valem bem a pena as imensas horas que se passam dentro do avião para chegar ao Chile. São vários os papers muito interessantes que nos mostram dificuldades, vantagens, problemas e soluções na área da documentação de museus por todo o mundo.

Devo dizer-vos que ainda me impressiona ver como alguns países estão tão à nossa frente e outros exactamente o contrário, tão atrasados nesta matéria fruto das mais variadas circunstâncias.

Depois escrevo, com mais tempo, sobre toda a conferência e algumas contribuições a que assisti.

CIDOC 2009

Já fizemos a nossa apresentação (prometo que depois coloco aqui os slides e o video) e, com um pouco de orgulho, devo dizer que várias pessoas nos vieram cumprimentar e falar sobre o projecto e sobre similares problemas que têm nas instituições onde trabalham. Uma rapariga da Biblioteca Nacional do Chile, curiosamente, está a trabalhar sobre um fundo de literatura popular (literatura de cordel) e ficou muito agradada com a nossa abordagem ao assunto.

É um estímulo importante saber que fomos de alguma forma úteis e um estímulo ainda maior saber que podemos aprender cada vez mais com as pessoas que vamos conhecendo por aqui.

CIDOC 2009

Ontem foi dia de rever velhos amigos do ano passado. Até ao final da tarde estive com poucas esperanças de ver alguém. O Dominique da Suiça e a Helena de Itália, um bacano do Bangladesh (cujo nome me recuso a escrever) e também as costumeiras presenças na conferência: o Nick Crofts, o Martin Doer, etc e tal.

A manhã correu muito bem. Aprender mais sobre o CIDOC CRM com quem esteve e está envolvido directamente no seu desenvolvimento é uma oportunidade única. A tarde foi de trabalho com o boss para acabar e rever a comunicação que vamos apresentar mais logo, às 14:40 locais. E finalizamos com uma visita a um museu local onde fui conhecendo pessoas do Zimbabwe, da Zâmbia, da Colômbia, do Benim, da Costa do Marfim, do PEru, etc… etc… e tal. É uma das melhores coisas do CIDOC. Conhecer pessoas de sítios tão diferentes é uma coisa absolutamente enriquecedora.

À noite fomos jantar pertinho do hotel. Estava um frio do camandro e a vontade de uma volta maior perdeu contra o conforto. Um bom jantar com o Dominique, a Helena e o Fernando que deu para falar sobre o CIDOC do ano passado, do SPECTRUM e das suas traduções (temos que falar Alice e Paula, temos mesmo que falar) e de um monte de assuntos interessantes.

CIDOC 2009

Depois de uns dias de visita ao Chile começou hoje de manhã (escrevo este post às 12:00 do Chile, 17:00 de Portugal) a conferência anual do CIDOC com um workshop sobre o CIDOC CRM. Uma necessidade de há muito sentida pela comunidade museológica internacional, dado que o CRM é um documento quase impenetrável para a maioria de nós.

A primeira parte do workshop tentou explicar de forma simples o que é o CIDOC CRM. O que são as suas 84 classes e as suas centro e trinta e tal propriedades, como as utilizar na documentação de colecções e, principalmente, a importância e relevância da criação de uma ontologia tão complexa como o é esta em termos dos benefícios que poderá trazer no cruzamento de informação entendível pelas mais diversas áreas.

Para mais tarde fica uma explicação (que tentarei fazer de forma simples) sobre o CIDOC CRM.

Telegrama

Estou de saída para Santiago do Chile. STOP. Vou participar na conferência anual do CIDOC. STOP. Espero conseguir ir postando aqui as aventuras no Chile. STOP. E também os momentos mais relevantes da conferência. STOP. Como não tenho cumprido com as sucessivas promessas*. STOP. Pode ser que só vos escreva assim que retornar. STOP. Mas darei notícias com toda a certeza.STOP.

*Se não me ponho a pau ainda me transformo em político!