por Alexandre Matos | Out 1, 2009 | CIDOC
Devo dizer-vos que fico cada vez mais contente por ter esta oportunidade de vir ao CIDOC. Valem bem a pena as imensas horas que se passam dentro do avião para chegar ao Chile. São vários os papers muito interessantes que nos mostram dificuldades, vantagens, problemas e soluções na área da documentação de museus por todo o mundo.
Devo dizer-vos que ainda me impressiona ver como alguns países estão tão à nossa frente e outros exactamente o contrário, tão atrasados nesta matéria fruto das mais variadas circunstâncias.
Depois escrevo, com mais tempo, sobre toda a conferência e algumas contribuições a que assisti.
por Alexandre Matos | Set 28, 2009 | CIDOC
Já fizemos a nossa apresentação (prometo que depois coloco aqui os slides e o video) e, com um pouco de orgulho, devo dizer que várias pessoas nos vieram cumprimentar e falar sobre o projecto e sobre similares problemas que têm nas instituições onde trabalham. Uma rapariga da Biblioteca Nacional do Chile, curiosamente, está a trabalhar sobre um fundo de literatura popular (literatura de cordel) e ficou muito agradada com a nossa abordagem ao assunto.
É um estímulo importante saber que fomos de alguma forma úteis e um estímulo ainda maior saber que podemos aprender cada vez mais com as pessoas que vamos conhecendo por aqui.
por Alexandre Matos | Set 28, 2009 | CIDOC
Ontem foi dia de rever velhos amigos do ano passado. Até ao final da tarde estive com poucas esperanças de ver alguém. O Dominique da Suiça e a Helena de Itália, um bacano do Bangladesh (cujo nome me recuso a escrever) e também as costumeiras presenças na conferência: o Nick Crofts, o Martin Doer, etc e tal.
A manhã correu muito bem. Aprender mais sobre o CIDOC CRM com quem esteve e está envolvido directamente no seu desenvolvimento é uma oportunidade única. A tarde foi de trabalho com o boss para acabar e rever a comunicação que vamos apresentar mais logo, às 14:40 locais. E finalizamos com uma visita a um museu local onde fui conhecendo pessoas do Zimbabwe, da Zâmbia, da Colômbia, do Benim, da Costa do Marfim, do PEru, etc… etc… e tal. É uma das melhores coisas do CIDOC. Conhecer pessoas de sítios tão diferentes é uma coisa absolutamente enriquecedora.
À noite fomos jantar pertinho do hotel. Estava um frio do camandro e a vontade de uma volta maior perdeu contra o conforto. Um bom jantar com o Dominique, a Helena e o Fernando que deu para falar sobre o CIDOC do ano passado, do SPECTRUM e das suas traduções (temos que falar Alice e Paula, temos mesmo que falar) e de um monte de assuntos interessantes.
por Alexandre Matos | Set 27, 2009 | CIDOC
Depois de uns dias de visita ao Chile começou hoje de manhã (escrevo este post às 12:00 do Chile, 17:00 de Portugal) a conferência anual do CIDOC com um workshop sobre o CIDOC CRM. Uma necessidade de há muito sentida pela comunidade museológica internacional, dado que o CRM é um documento quase impenetrável para a maioria de nós.
A primeira parte do workshop tentou explicar de forma simples o que é o CIDOC CRM. O que são as suas 84 classes e as suas centro e trinta e tal propriedades, como as utilizar na documentação de colecções e, principalmente, a importância e relevância da criação de uma ontologia tão complexa como o é esta em termos dos benefícios que poderá trazer no cruzamento de informação entendível pelas mais diversas áreas.
Para mais tarde fica uma explicação (que tentarei fazer de forma simples) sobre o CIDOC CRM.
por Alexandre Matos | Set 23, 2009 | CIDOC, Conferências
Estou de saída para Santiago do Chile. STOP. Vou participar na conferência anual do CIDOC. STOP. Espero conseguir ir postando aqui as aventuras no Chile. STOP. E também os momentos mais relevantes da conferência. STOP. Como não tenho cumprido com as sucessivas promessas*. STOP. Pode ser que só vos escreva assim que retornar. STOP. Mas darei notícias com toda a certeza.STOP.
*Se não me ponho a pau ainda me transformo em político!
por Alexandre Matos | Set 29, 2008 | CIDOC, Conferências
Já sentia a necessidade de ir ao CIDOC desde que senti a necessidade de aprender mais sobre o interessante (apenas para alguns, bem sei) e essencial tema da gestão e documentação de colecções nos museus. Nos primeiros tempos, ainda antes do boom da Internet, a informação chegava-me às mãos através da então directora do Museu de Aveiro, a Dr.ª Isabel Pereira e era normalmente parca e pouco esclarecedora. Pouco mais sabia sobre o CIDOC do que era um dos comités do ICOM e que tratava de temas como normalização de procedimentos, terminologia e estruturas de dados com o objectivo de criar uma norma equiparada à existente nas Bibliotecas (Ex: MARK) ou arquivos (Ex: EAD).
Desde então comecei a interessar-me pelo assunto e a ler vários artigos, papers e outros documentos de várias pessoas como Gordon Mackeena, Andrew Roberts, Richard Light (apenas para citar alguns dos que estavam na conferência deste ano) e outros tantos. Para além do interesse pessoal pelo assunto, tinha também a necessidade de arranjar uma solução de gestão das colecções no museu onde trabalhava (que na altura ainda não tinha sido contemplado com o Matriz) que permitisse à equipa do museu desenvolver o trabalho de uma forma mais eficaz e menos repetitiva. Pouco sabia eu na altura sobre a complexidade do assunto, confesso.
A frequência na pós-graduação de museologia da FLUP e o convite para trabalhar na empresa onde actualmente estou acelararam ainda mais a necessidade de saber mais sobre o trabalho deste comité do ICOM. Assim sendo, desde 2000 em diante, tenho seguido com extrema atenção todos os resultados dos encontros e as respectivas actas (as que são dadas a conhecer ao público) e aprendido bastante sobre diversas matérias com especial relevo para as que se prendem com a construção e utilização de standards. Confesso que outro dos motivos que me agrada no CIDOC é que as discussões são, de forma geral, muito inclusivas. Participam nelas profissionais de museus (desde directores até simples registrars), especialistas em tecnologias, especialistas em ciências de informação, bibliotecários, arquivistas, conservadores e, pasme-se, empresas que desenvolvem os produtos que resultam das normas ali criadas. Não é de admirar que o trabalho seja bom.
Este ano não foi diferente. A qualidade foi logo visível no primeiro dia. Um domingo quente em Atenas, óptimo para uma ida a uma das muitas ilhas gregas, pedia uma sessão interessante e motivadora. E assim o pedia, assim o foi. A internacionalização do SPECTRUM foi o tema debatido, durante todo o dia, num workshop conduzido por Gordon Mackeena da Collections Trust (a antiga MDA – Museums Documentation Association) onde foram apresentados os projectos da Holanda e Flandres e intenções de outros países para adoptar esta norma.
A restante semana foi uma óptima fonte de conhecimento (poderão consultar o programa do encontro neste link) com a apresentação de projectos, concretizações e novos modelos de investigação na documentação e gestão de colecções e de discussões, mais ou menos participadas, sobre os desafios que a documentação em Museus enfrenta, nomeadamente com a necessidade de se aproximar mais do que é feito em Bibliotecas e Arquivos*. Claro que teria, a escolher uma, de destacar a conferência de abertura do CIDOC, proferida pelo Prof. Seamus Ross da Universidade de Glasgow, intitulada “Digital Curation, Sensemaking and Participatory Storytelling”, onde se abordaram diversos aspectos muito interessantes sobre a preservação daquilo que é digital e das formas como esse tipo de material conta histórias e as difunde.
Por fim, não poderia deixar de registar um elogio à organização do CIDOC pelas interessantes iniciativas culturais que apresentaram, bem como pelos fantásticos momentos de convívio que proporcionaram aos participantes. É certo que em grande parte é trabalho, mas neste tipo de conferências conhecem-se pessoas muito interessantes e fazem-se boas amizades.
* O caminho cada vez mais claro é facilitar pesquisas em que os resultados apresentem registos ou informação provenientes dos três tipos de bases de dados.