by Alexandre Matos | Set 2, 2014 | CIDOC, Conferências, Cursos, Documentação, Eventos, Normalização, SPECTRUM PT
O título deste post resume duas semanas intensivas do outro lado do Atlântico onde conheci melhor a realidade dos museus brasileiros, através dos que os vivem intensamente: os seus profissionais.
Começo por agradecer a todas as instituições responsáveis pelo Treinamento CIDOC, às instituições responsáveis pelo projecto SPECTRUM PT (Português) no Brasil e à organização do Seminário realizado em Belo Horizonte pela oportunidade de ter participado nestas três iniciativas. Em todas elas aprendi muito e a partilha das experiências de todos foi, na minha opinião, o maior factor de sucesso para as três. Não posso deixar de agradecer, e perdoem-me por particularizar, ao meu amigo Gabriel Moore Bevilacqua que tem conseguido mobilizar um conjunto de excelentes profissionais e recursos para desenvolver uma área onde os museus, quase em todo o mundo, são especialmente deficitários: a documentação e gestão das suas colecções.
Treinamento CIDOC
O curso de formação do CIDOC (Treinamento CIDOC) preencheu por completo a primeira semana em São Paulo. A recepção aos alunos, imaginem vocês, decorreu no domingo dia 17 de Agosto e contou com a presença de quase todos os participantes no curso. Por si só penso que este facto demonstra o interesse e procura que existe para este tipo de iniciativas no Brasil. Julgo que ao todo este curso tinha 90 alunos, divididos entre uma turma de módulos básicos e duas turmas dos módulos intermédios e avançados. O programa, caso não saibam, é desenvolvido pelo CIDOC juntamente com o Museu da Texas Tech University e teve como parceiros, nesta segunda edição no Brasil, com a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Instituto de Arte Contemporânea e o Centro Universitário de Belas Artes. Eu tive a oportunidade de participar no curso como professor, a convite dos organizadores, tendo a responsabilidade dos módulos 214 (Catalogação de acervos acumulados e recuperação de sistemas descontinuados), juntamente com a Ana Panisset, e 311 (Aquisição de um sistema automatizado: “software de prateleira” ou desenvolvimento sob medida?) com o Stephen Stead. Imaginem lá a responsabilidade que caiu nos meus ombros num e noutro.
O “desenho” deste curso e dos seus módulos pretende suprir as necessidades de formação nesta área, dando resposta às questões que os profissionais de documentação em museus enfrentam no seu dia a dia. Como escolher um sistema, como implementar uma campanha de inventário, como activar um sistema não utilizado, como migrar dados de um sistema para outro, como digitalizar um acervo, como planear o controlo de movimentos ou o controlo de inventário, entre muitas outras, são exemplos das questões que se pretendem desenvolver através de um método específico e centrado na experimentação e participação activa dos alunos durante as sessões de 4 horas.
Para além da minha participação como professor, como poderão compreender, não perdi a oportunidade de assistir a outros módulos e aprender e discutir um pouco mais sobre temas que me interessam particularmente e sobre os quais não temos, como gostaria, uma discussão alargada em Portugal. Uma possibilidade que ficou em aberto, das conversas que tive com a direcção do CIDOC e com os colegas brasileiros da organização, foi a eventual realização deste curso de formação cá em Portugal. Em breve espero poder dar novidades sobre este assunto.
Uma última palavra sobre o curso é directamente sobre os alunos/colegas que aí conheci e participaram nas aulas e outras actividades do curso. Todos vocês foram excepcionais e aguentaram uma semana intensa de trabalho. Fizeram-no sempre facilitando a nossa tarefa enquanto professores, partilhando a vossa experiência pessoal sobre os assuntos discutidos e demonstrando um espírito crítico com uma abertura notável. Foi um privilégio para mim ter aprendido com todos vocês e partilhado um pouco da minha experiência profissional no contexto português. Espero sinceramente voltar a ter a oportunidade de estar com vocês e teremos certamente oportunidades para o fazer.
Workshop SPECTRUM PT e lançamento da tradução portuguesa da norma SPECTRUM
Esta, como podem compreender, é a menina dos meus olhos. Já passaram alguns anos desde que falei pela primeira vez com o Nick Poole e com o Gordon McKenna sobre o processo de internacionalização desta norma. Essa conversa, tal como quase tudo que acontece na área da documentação em Museus, aconteceu numa conferência do CIDOC (mais tarde perceberão) em Atenas, Grécia. Na altura, pareceu-me ser um excelente tema para o projecto de doutoramento que estava a iniciar e, mais tarde, propus à Collections Trust a possibilidade de uma parceria com uma instituição portuguesa (viria a ser o Museu de Ciência da Universidade de Coimbra) para a tradução e adaptação da norma ao contexto nacional. Mais tarde, na conferência do CIDOC em Sibiu, Roménia (percebem como tudo se passa no CIDOC), conheci alguns colegas brasileiros, entre eles o Gabriel Moore Bevilacqua, e começamos a estabelecer aquilo que viria a ser a parceria concretizada no projecto SPECTRUM PT (de Português e não de Portugal, entenda-se) que teve como objectivo principal a publicação e adaptação aos contextos de Brasil e Portugal da norma.
No final deste processo, que resumi aqui em poucas palavras, e que contou com o contributo de diversos profissionais portugueses e brasileiros e com o importante apoio da Collections Trust, do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, da Pinacoteca e do Museu da Imigração do Estado de São Paulo e do Museu do Café, em Santos, foi publicada a tradução para português da norma SPECTRUM que pretende ser, a partir de agora, um documento único, desenvolvido em parceria entre Portugal e Brasil, à disposição dos profissionais de ambos os países como uma ferramenta que facilite os processos de gestão e documentação das colecções dos museus. Falarei um pouco mais sobre este documento, e sobre o projecto que o acompanha a partir de agora, num outro post específico sobre o assunto.
O workshop que realizamos após o lançamento da norma e de um outro volume da colecção “Gestão e Documentação de Acervos: Textos de referência” que contempla a tradução para português da Declaração de Princípios de Documentação em Museus e das Diretrizes Internacionais de Informação sobre Objetos de Museus: Categorias de Informação do Comité Internacional de Documentação (CIDOC-ICOM) e no qual participaram colegas de diferentes museus brasileiros teve como objectivo reflectir sobre a utilização destes documentos normativos no contexto da documentação e sistema de informação dos museus. Espero sinceramente que possa ter servido para desumidificar este tipo de documentos e desmontar um pouco a complexidade utilizada frequentemente para os apresentar.
Seminário sobre documentação como ferramenta de preservação dos acervos nos museus.
Não será demais, penso eu, referir a importância e actualidade do tema deste seminário. A documentação como uma ferramenta de preservação das colecções é uma ideia que penso que todos os colegas defenderão, mas que está longe de ser na prática, devido aos atrasos existentes nesta área de trabalho dos museus, uma realidade. O seminário pretendeu levantar questões sobre este assunto relacionadas com as políticas (difusão e gestão de acervos), formação e o papel desempenhado pelas instituições internacionais do sector como o CIDOC, por exemplo, na procura de soluções para melhorar a documentação dos museus. A minha contribuição pretendeu reflectir um pouco sobre o papel da investigação em cursos de pós-graduação, tendo como ponto de partida o programa de pós-graduação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (como aluno e professor) e a produção científica que aí se fez ao longo destes anos. O seminário contou com a presença de diversos especialistas na área (Nick Crofts, Nick Poole, Stephen Stead, Gabriel Moore Bevilacqua, Fernando Cabral, Yaci-Ara Froner, Leonardo Castriota, Joaquin Barriendos, Flávio Carsalade, Renata Baracho, Cristina Ortega, Lina Nagel, Ana Panisset) e com discussões bastante amplas sobre este assunto como poderão imaginar pelo programa. Em breve estará disponível o livro com as diferentes comunicações apresentadas.
Foram, como disse no início, duas semanas intensas de aprendizagem, discussão e partilha. Os museus, a museologia e os profissionais brasileiros são uma comunidade muito activa, com problemas semelhantes aos nossos, em escala diferente, mas encarados com um positivismo e energia que dá gosto ver. Espero sinceramente voltar lá e, ainda mais, ter a oportunidade de convidar alguns dos colegas brasileiros para virem a Portugal para partilhar connosco as suas experiências, projectos e realidade.
Para terminar queria deixar, uma vez mais, um enorme obrigado a todos aí no Brasil. Para vocês especialmente fica a vontade de tomar “um chopes e dois pastel” em breve na movimentada São Paulo.
by Alexandre Matos | Mai 20, 2014 | CIDOC, Cursos, Documentação
O CIDOC, juntamente com o Museu da Texas Tech University, criou um programa de seminários com uma abordagem inovadora para a formação em documentação museológica. Este programa deu origem, em 2011, à CIDOC Summer School que se tem realizado todos os anos em Austin (Texas).
Em 2013 o programa foi, pela primeira vez, realizado no Brasil e este ano, graças a uma parceria do CIDOC com a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Instituto de Arte Contemporânea e o Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, o programa irá realizar-se de novo em São Paulo, de 17 a 22 de Agosto.
Segundo os organizadores do programa de formação o curso será “Direcionado tanto para profissionais experientes da área de Museus como principiantes, o programa reunirá especialistas consagrados – membros do CIDOC, professores universitários, especialistas de instituições brasileiras – e profissionais da documentação em busca de orientações e treinamento. O programa de formação do CIDOC, tradicionalmente nomeado “escola de verão” acontece anualmente em diferentes localidades e as aulas são ministradas em um dos três principais idiomas do ICOM (inglês, francês e espanhol). A edição brasileira do Programa de Treinamento em Documentação Museológica do ICOM-CIDOC terá aulas em português, espanhol e inglês, com tradução simultânea.”
O programa conta com um conjunto de cursos organizados em módulos inter-relacionados, que facilita aos participantes a possibilidade de adaptar o currículo às suas necessidades individuais e interesses particulares. Para tal são apresentados diversos níveis (básico, intermédio e avançado) que os participantes poderão escolher de acordo com os conhecimentos e experiência que detêm.
Uma novidade no curso deste ano é que eu farei parte do corpo docente, a convite da organização do curso (a quem agradeço publicamente desde já), tendo a responsabilidade de assegurar um módulo sobre “Catalogação de acervos acumulados e recuperação de sistemas descontinuados” e outro sobre “Avaliação de requisitos em bancos de dados”.
Tenho a certeza que este curso será uma excelente oportunidade para quem procura formação de qualidade na área da documentação em museus. Sei que é no Brasil e, até ao momento, não tenho conhecimento de nenhuma bolsa disponibilizada pelo CIDOC (para membros do ICOM Portugal) a que os colegas portugueses se possam candidatar, mas julgo que terão aqui uma excelente oportunidade de aprendizagem com os nossos colegas brasileiros desta área e, ao mesmo tempo, conhecer alguns dos melhores especialistas internacionais nesta área (do Brasil, Suíca, EUA, UK, etc.) que compõem o corpo docente do curso.
Todas as informações sobre o curso podem ser consultadas aqui. Espero sinceramente encontrar alguns colegas portugueses em São Paulo.
by Alexandre Matos | Jun 13, 2013 | CIDOC, Cursos, Documentação, ICOM
Um post de alerta (um pouco tardio, desculpem-me) para a continuação do excelente programa de formação que o CIDOC tem vindo a organizar, em parceria com o Museu da Texas Tech University, sobre documentação de museus e que agora dá continuidade através de uma parceria com a Secretaria da Cultura do Estado de S. Paulo, o Museu da Imigração, a Pinacoteca de S. Paulo e o Centro Universitário de Belas Artes de S. Paulo, com a realização do Programa de Treinamento ICOM – CIDOC dedicado ao tema “Documentação Museológica, Princípios e Prática”, o qual se irá realizar em São Paulo de 4 a 9 de Agosto.
Toda a informação sobre esta escola de verão pode ser encontrada aqui.
Sobre o curso aqui fica a introdução em destaque no wedsite atrás referenciado:
O CIDOC, Comitê Internacional de Documentação do ICOM, em parceria com o Museu da Texas Tech University, desenvolveu um programa inovador de seminários de formação em Documentação Museológica. Agora, pela primeira vez, em colaboração com a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, o Museu da Imigração, a Pinacoteca do Estado eo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, este programa de formação terá lugar no Brasil
Direcionado tanto para profissionais experientes da área de Museus como principiantes, o programa reunirá especialistas consagrados – membros do CIDOC, professores universitários, especialistas de instituições brasileiras – e profissionais da documentação em busca de orientações e treinamento. O programa de formação do CIDOC, tradicionalmente nomeado “escola de verão” acontece anualmente em diferentes localidades e as aulas são ministradas em um dos três principais idiomas do ICOM (inglês, francês e espanhol). A edição brasileira do Programa de Treinamento em Documentação Museológica do ICOM-CIDOC terá aulas em português e inglês, com tradução simultânea.
Assim como em suas versões anteriores, o programa de formação do CIDOC será abrangente e acessível. Os cursos são planejados como uma série de módulos inter-relacionados, facilitando aos participantes à possibilidade de adaptar o currículo às suas necessidades individuais e interesses particulares. Serão oferecidos cursos tanto de níveis avançados quanto básicos, contemplados com um certificado em caso de realização completa das disciplinas básicas do curso.
CIDOC trabalha em estreita colaboração com outras organizações profissionais para garantir que o programa responde a questões emergentes na prática da documentação no mundo real.
by Alexandre Matos | Ago 3, 2011 | CIDOC, Geral
Não há ano em que tente marcar uma viagem para a conferência internacional em que costumo marcar presença que não fique irritado com a oferta de voos para aquele destino. Foi assim quando fui a Atenas e a Santiago do Chile e é assim este ano para arranjar um voo que me leve a Sibiu, na Roménia. Nos anos anteriores tive que fazer escala em Milão e Zurique (Atenas), respectivamente na ida e volta de Atenas, e em Madrid (onde mais) quando viajei para Santiago pela Iberia. Nesta segunda viagem até consigo compreender que a Iberia e de Espanha os voos sejam mais frequentes (ainda assim tive que sair do Chile um dia antes do final da conferência), mas para ir para Atenas, um país da UE, não se compreende que as ligações sejam tão más.
Enfim, a periferia de que muitos falam deve ser mesmo isto.
Ainda assim é mais fácil viajar hoje em dia para a Roménia do que era então para a Grécia, ainda que com a escala em Madrid.
by Alexandre Matos | Jun 27, 2011 | CIDOC, Conferências
Em Setembro irei passar, pela primeira vez em quase 40 anos, o aniversário longe de casa e da família. Sendo pai de dois adoráveis filhotes e um adepto de festejos no passar dos anos será difícil, mas o motivo é bom o suficiente para viajar até Sibiu na Roménia. O comité científico do CIDOC 2011 aceitou o nosso paper (meu e do Fernando Cabral) sobre a aplicação do SPECTRUM e CIDOC-CRM no projecto que temos vindo a desenvolver com o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra.
Agora falta começar a escrever o artigo e preparar a apresentação para adicionar mais um país e uma cidade ao que já conheço. Aproveito também para perguntar se algum dos meus amigos e leitores está a planear a ida a esta reunião anual do comité internacional do ICOM para a documentação? Se estiverem avisem, ok?
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by Alexandre Matos | Out 21, 2009 | CIDOC, Debate
O tema da conferência anual do CIDOC este ano foi a “Documentación Siglo XXI: preservando y conectando la información de los bienes culturales“. Devo dizer que é um tema que está cada vez mais em cima da mesa. Hoje em dia os museus não podem continuar isolados no que respeita à informação e conhecimento que produzem em relação a outros produtores do meio cultural como as bibliotecas e os arquivos. É sabido, no entanto, que estes dois últimos estão bastante mais avançados no que diz respeito à documentação das suas “colecções” por diversas razões que aqui não importa referir. Mas não é possível esquecer o enorme esforço feito na comunidade museológica, nomeadamente do CIDOC, para corrigir este atraso e dotar os museus de ferramentas que lhes permitam estar quase em pé de igualdade com todos os seus parceiros no que diz respeito a este tema.
Quase todas as comunicações apresentadas este ano eram dirigidas para os resultados em termos de investigações ou projectos práticos nos quais o objectivo era evidenciar as potencialidades da ligação entre diversos sistemas/bases de dados que permitiam uma complementariedade na informação que os museus disponibilizam na web. Desde apresentaçõe mais técnicas, como a do Bricks Projects que já se encontra online, até à apresentação do enorme e complexo projecto que se está a desenvolver no Chile para a tradução para espanhol do Art & Architecture Thesaurus do Getty Institute (a responsável é a Dr. Lina Nagel), passando por apresentações de projectos específicos de uma região, como o que eu e o Fernando Cabral fomos apresentar em parceria com o Paulo Lima da Direcção Regional de Cultura do Alentejo, ou de um país de que foi exemplo a apresentação do sistema central de documentação dos museus da Estónia. Tudo teve o seu lugar, mas nesta conferência os dois assuntos que mais me despertaram interesse foram o workshop sobre ObjectID e a grande discussão, acalentada e orientada pelas Dr.ª Murtha Baca e Drª Lina Nagel, sobre thesaurus e a sua importante contribuição para os sistemas de documetação de museus, blibliotecas e arquivos.
Quanto ao ObjectID, norma que penso ser já bastante conhecida de todos, a discussão centrou-se no objectivo principal desta norma: criar uma base de entendimento sobre informação mínima dos objectos que os permita identificar em caso de roubo. Ou seja cada museu ter, no seu sistema de informação, um conjunto de campos que identifiquem sem margem de erro todas as pelas da sua colecção que possa ser usado no caso de furto, por exemplo, para que as polícias possam desempenhar o seu papel.
No que diz respeito aos thesauri a discussão é bem mais ampla que a anterior. Ampla e interessante, penso eu. Em Portugal é um tema que teima em ser constantemente esquecido. Há alguns projectos pontuais, dos quais destacaria a publicação do thesaurus de objectos religiosos, os thesauri que são utilizados no âmbito dos Museus dos Açores e alguns projectos que agora estão a ser trabalhados como o dos instrumentos científicos (Doutora Marta Lourenço), da azulejaria (Doutor Vitor Serrão). Perdoem-me se me esqueço de algum, mas é por simples desconhecimento que existem*. No entanto, não há uma verdadeira aposta nesta importante área. A responsabilidade de criar este tipo de projectos, pela sua complexidade e importância, deve estar sempre da parte das tutelas dos museus, mas também poderia ser uma boa oportunidade para as associações profissionais promoverem a sua importância e reunirem o importante contributo dos seus associados nesta matéria. A criação destes projectos deveria ser, segundo me disseram durante a conferência, feita em parceria com universidades, dado que o tipo de conhecimentos que é necessário ser bastante alargado. Linguística, línguas, história, ciências exactas, informática, etc. são alguns dos importantes contributos que importa reunir para um projecto ser bem sucedido.
Na minha opinião há uma janela de oportunidade que se abre neste momento. Algo que pretendo propor à Universidade do Porto: a tradução do A&AT para português, em colaboração estreita com o Getty Institute. Penso que é projecto possível no âmbito da Universidade e para o qual seria relativamente simples arranjar fundos. Uma ideia que pretendo apresentar em breve, mas que fica já aqui expressa.
Para finalizar importa também referir que a conferência contou este ano com um importante patrocínio do Getty Institute que permitiu a um grupo relativamente extenso de pessoas participar nos trabalhos. Com estas bolsas o CIDOC conseguiu financiar a viagem e estadia (penso eu) de pessoas do Benim, India, Zimbabwe, Costa do Marfim, Zâmbia, Bangladesh e também de alguns países da américa do sul.
Para o ano a conferência realiza-se em Xangai, integra os trabalhos da conferência trienal do ICOM, e eu confesso que quero ir (embora ainda tenha presentes as 14 horas de avião até Santiago). Tem sido momentos importantes para aprender.