ICOM-CIDOC Programa de Treinamento 2014

ICOM-CIDOC Programa de Treinamento 2014

O CIDOC, juntamente com o Museu da Texas Tech University, criou um programa de seminários com uma abordagem inovadora para a formação em documentação museológica. Este programa deu origem, em 2011, à CIDOC Summer School que se tem realizado todos os anos em Austin (Texas).

Em 2013 o programa foi, pela primeira vez, realizado no Brasil e este ano, graças a uma parceria do CIDOC com a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Instituto de Arte Contemporânea e o Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, o programa irá realizar-se de novo em São Paulo, de 17 a 22 de Agosto.

Segundo os organizadores do programa de formação o curso será “Direcionado tanto para profissionais experientes da área de Museus como principiantes, o programa reunirá especialistas consagrados – membros do CIDOC, professores universitários, especialistas de instituições brasileiras – e profissionais da documentação em busca de orientações e treinamento. O programa de formação do CIDOC, tradicionalmente nomeado “escola de verão” acontece anualmente em diferentes localidades e as aulas são ministradas em um dos três principais idiomas do ICOM (inglês, francês e espanhol). A edição brasileira do Programa de Treinamento em Documentação Museológica do ICOM-CIDOC terá aulas em português, espanhol e inglês, com tradução simultânea.”

O programa conta com um conjunto de cursos organizados em módulos inter-relacionados, que facilita aos participantes a possibilidade de adaptar o currículo às suas necessidades individuais e interesses particulares. Para tal são apresentados diversos níveis (básico, intermédio e avançado) que os participantes poderão escolher de acordo com os conhecimentos e experiência que detêm.

Uma novidade no curso deste ano é que eu farei parte do corpo docente, a convite da organização do curso (a quem agradeço publicamente desde já), tendo a responsabilidade de assegurar um módulo sobre “Catalogação de acervos acumulados e recuperação de sistemas descontinuados” e outro sobre “Avaliação de requisitos em bancos de dados”.

Tenho a certeza que este curso será uma excelente oportunidade para quem procura formação de qualidade na área da documentação em museus. Sei que é no Brasil e, até ao momento, não tenho conhecimento de nenhuma bolsa disponibilizada pelo CIDOC (para membros do ICOM Portugal) a que os colegas portugueses se possam candidatar, mas julgo que terão aqui uma excelente oportunidade de aprendizagem com os nossos colegas brasileiros desta área e, ao mesmo tempo, conhecer alguns dos melhores especialistas internacionais nesta área (do Brasil, Suíca, EUA, UK, etc.) que compõem o corpo docente do curso.

Todas as informações sobre o curso podem ser consultadas aqui. Espero sinceramente encontrar alguns colegas portugueses em São Paulo.

 

Documentação Museológica – Formação

Documentação Museológica – Formação

Um post de alerta (um pouco tardio, desculpem-me) para a continuação do excelente programa de formação que o CIDOC tem vindo a organizar, em parceria com o Museu da Texas Tech University, sobre documentação de museus e que agora dá continuidade através de uma parceria com a Secretaria da Cultura do Estado de S. Paulo, o Museu da Imigração, a Pinacoteca de S. Paulo e o Centro Universitário de Belas Artes de S. Paulo, com a realização do Programa de Treinamento ICOM – CIDOC dedicado ao tema “Documentação Museológica, Princípios e Prática”, o qual se irá realizar em São Paulo de 4 a 9 de Agosto.

Toda a informação sobre esta escola de verão pode ser encontrada aqui.

Sobre o curso aqui fica a introdução em destaque no wedsite atrás referenciado:

O CIDOC, Comitê Internacional de Documentação do ICOM, em parceria com o Museu da Texas Tech University, desenvolveu um programa inovador de seminários de formação em Documentação Museológica. Agora, pela primeira vez, em colaboração com a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, o Museu da Imigração, a Pinacoteca do Estado eo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, este programa de formação terá lugar no Brasil

Direcionado tanto para profissionais experientes da área de Museus como principiantes, o programa reunirá especialistas consagrados – membros do CIDOC, professores universitários, especialistas de instituições brasileiras – e profissionais da documentação em busca de orientações e treinamento. O programa de formação do CIDOC, tradicionalmente nomeado “escola de verão” acontece anualmente em diferentes localidades e as aulas são ministradas em um dos três principais idiomas do ICOM (inglês, francês e espanhol). A edição brasileira do Programa de Treinamento em Documentação Museológica do ICOM-CIDOC terá aulas em português e inglês, com tradução simultânea.

Assim como em suas versões anteriores, o programa de formação do CIDOC será abrangente e acessível. Os cursos são planejados como uma série de módulos inter-relacionados, facilitando aos participantes à possibilidade de adaptar o currículo às suas necessidades individuais e interesses particulares. Serão oferecidos cursos tanto de níveis avançados quanto básicos, contemplados com um certificado em caso de realização completa das disciplinas básicas do curso.

CIDOC trabalha em estreita colaboração com outras organizações profissionais para garantir que o programa responde a questões emergentes na prática da documentação no mundo real.

Uma irritante verdade

Uma irritante verdade

Não há ano em que tente marcar uma viagem para a conferência internacional em que costumo marcar presença que não fique irritado com a oferta de voos para aquele destino. Foi assim quando fui a Atenas e a Santiago do Chile e é assim este ano para arranjar um voo que me leve a Sibiu, na Roménia. Nos anos anteriores tive que fazer escala em Milão e Zurique (Atenas), respectivamente na ida e volta de Atenas, e em Madrid (onde mais) quando viajei para Santiago pela Iberia. Nesta segunda viagem até consigo compreender que a Iberia e de Espanha os voos sejam mais frequentes (ainda assim tive que sair do Chile um dia antes do final da conferência), mas para ir para Atenas, um país da UE, não se compreende que as ligações sejam tão más.

Enfim, a periferia de que muitos falam deve ser mesmo isto.

Ainda assim é mais fácil viajar hoje em dia para a Roménia do que era então para a Grécia, ainda que com a escala em Madrid.

CIDOC 2011 – Sibiu, Roménia

CIDOC 2011 – Sibiu, Roménia

Em Setembro irei passar, pela primeira vez em quase 40 anos, o aniversário longe de casa e da família. Sendo pai de dois adoráveis filhotes e um adepto de festejos no passar dos anos será difícil, mas o motivo é bom o suficiente para viajar até Sibiu na Roménia. O comité científico do CIDOC 2011 aceitou o nosso paper (meu e do Fernando Cabral) sobre a aplicação do SPECTRUM e CIDOC-CRM no projecto que temos vindo a desenvolver com o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra.

Agora falta começar a escrever o artigo e preparar a apresentação para adicionar mais um país e uma cidade ao que já conheço. Aproveito também para perguntar se algum dos meus amigos e leitores está a planear a ida a esta reunião anual do comité internacional do ICOM para a documentação? Se estiverem avisem, ok?

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CIDOC – post final

O tema da conferência anual do CIDOC este ano foi a “Documentación Siglo XXI: preservando y conectando la información de los bienes culturales“. Devo dizer que é um tema que está cada vez mais em cima da mesa. Hoje em dia os museus não podem continuar isolados no que respeita à informação e conhecimento que produzem em relação a outros produtores do meio cultural como as bibliotecas e os arquivos. É sabido, no entanto, que estes dois últimos estão bastante mais avançados no que diz respeito à documentação das suas “colecções” por diversas razões que aqui não importa referir. Mas não é possível esquecer o enorme esforço feito na comunidade museológica, nomeadamente do CIDOC, para corrigir este atraso e dotar os museus de ferramentas que lhes permitam estar quase em pé de igualdade com todos os seus parceiros no que diz respeito a este tema.

Quase todas as comunicações apresentadas este ano eram dirigidas para os resultados em termos de investigações ou projectos práticos nos quais o objectivo era evidenciar as potencialidades da ligação entre diversos sistemas/bases de dados que permitiam uma complementariedade na informação que os museus disponibilizam na web. Desde apresentaçõe mais técnicas, como a do Bricks Projects que já se encontra online, até à apresentação do enorme e complexo projecto que se está a desenvolver no Chile para a tradução para espanhol do Art & Architecture Thesaurus do Getty Institute (a responsável é a Dr. Lina Nagel), passando por apresentações de projectos específicos de uma região, como o que eu e o Fernando Cabral fomos apresentar em parceria com o Paulo Lima da Direcção Regional de Cultura do Alentejo, ou de um país de que foi exemplo a apresentação do sistema central de documentação dos museus da Estónia. Tudo teve o seu lugar, mas nesta conferência os dois assuntos que mais me despertaram interesse foram o workshop sobre ObjectID e a grande discussão, acalentada e orientada pelas Dr.ª Murtha Baca e Drª Lina Nagel, sobre thesaurus e a sua importante contribuição para os sistemas de documetação de museus, blibliotecas e arquivos.

Quanto ao ObjectID, norma que penso ser já bastante conhecida de todos, a discussão centrou-se no objectivo principal desta norma: criar uma base de entendimento sobre informação mínima dos objectos que os permita identificar em caso de roubo. Ou seja cada museu ter, no seu sistema de informação, um conjunto de campos que identifiquem sem margem de erro todas as pelas da sua colecção que possa ser usado no caso de furto, por exemplo, para que as polícias possam desempenhar o seu papel.

No que diz respeito aos thesauri a discussão é bem mais ampla que a anterior. Ampla e interessante, penso eu. Em Portugal é um tema que teima em ser constantemente esquecido. Há alguns projectos pontuais, dos quais destacaria a publicação do thesaurus de objectos religiosos, os thesauri que são utilizados no âmbito dos Museus dos Açores e alguns projectos que agora estão a ser trabalhados como o dos instrumentos científicos (Doutora Marta Lourenço), da azulejaria (Doutor Vitor Serrão). Perdoem-me se me esqueço de algum, mas é por simples desconhecimento que existem*. No entanto, não há uma verdadeira aposta nesta importante área. A responsabilidade de criar este tipo de projectos, pela sua complexidade e importância, deve estar sempre da parte das tutelas dos museus, mas também poderia ser uma boa oportunidade para as associações profissionais promoverem a sua importância e reunirem o importante contributo dos seus associados nesta matéria. A criação destes projectos deveria ser, segundo me disseram durante a conferência, feita em parceria com universidades, dado que o tipo de conhecimentos que é necessário ser bastante alargado. Linguística, línguas, história, ciências exactas, informática, etc. são alguns dos importantes contributos que importa reunir para um projecto ser bem sucedido.

Na minha opinião há uma janela de oportunidade que se abre neste momento. Algo que pretendo propor à Universidade do Porto: a tradução do A&AT para português, em colaboração estreita com o Getty Institute. Penso que é projecto possível no âmbito da Universidade e para o qual seria relativamente simples arranjar fundos. Uma ideia que pretendo apresentar em breve, mas que fica já aqui expressa.

Para finalizar importa também referir que a conferência contou este ano com um importante patrocínio do Getty Institute que permitiu a um grupo relativamente extenso de pessoas participar nos trabalhos. Com estas bolsas o CIDOC conseguiu financiar a viagem e estadia (penso eu) de pessoas do Benim, India, Zimbabwe, Costa do Marfim, Zâmbia, Bangladesh e também de alguns países da américa do sul.

Para o ano a conferência realiza-se em Xangai, integra os trabalhos da conferência trienal do ICOM, e eu confesso que quero ir (embora ainda tenha presentes as 14 horas de avião até Santiago). Tem sido momentos importantes para aprender.

CIDOC 2009 – Uma boa experiência

Devo começar este texto sobre o CIDOC com uma referência importante em relação ao país de acolhimento da conferência deste ano, o Chile, e à comissão organizadora Chilena, na pessoa da Dr.ª Lina Nagel. Um e outro foram excepcionais em providenciar uma óptima experiência, pelo menos para mim, num dos países da América do Sul que mais vontade tinha de conhecer (a seguir ao Brasil e à Argentina).

O Chile, aliás o vale do Mapocho (onde fica Santiago), Valparaíso e Viña del Mar, uma vez que só estive nestes sítios, é uma viagem a não perder. Santiago é uma cidade bastante europeia, diferente do Rio, por exemplo, mas ainda assim com aquele jeito que caracteriza as cidades sul americanas. É animada, as pessoas são simpáticas, é grande e espaçosa, é poluída (tem 7 milhões a residir à sua volta), tem uma área antiga e uma parte nova e mais cosmopolita, mas não deixa de ser uma cidade do novo mundo. Eu devo confessar que gostei muito de Santiago. Viña del Mar é uma cidade de praia, não me pareceu nada de especial, mas tem um líndissimo palácio perto do local onde se costuma realizar o famoso festival de música de Viña del Mar (que é um anfiteatro fantástico). Vejam as imagens.

Valparaíso é uma cidade classificada como património da humanidade pela UNESCO. Parecidíssima com o nosso Porto. Fica toda espraiada nas encostas de diferentes Cierros (colinas) e vista do Porto, ou da casa do poeta Pablo Neruda tem uma beleza verdadeiramente preciosa. Dizem que a noite de Valparaíso é uma das melhores da América do Sul, mas infelizmente não tive como comprovar.

Quanto ao comité que organizou o CIDOC não podia deixar de lhes enviar daqui de Portugal um enorme muito obrigado pela forma como nos receberam. Um obrigado muito especial vai para Marisol Richter e para Lina Nagel. Foram formidáveis em todos os aspectos.

Os próximos post falarão da conferência em si e de algumas apresentações que me pareceram muito interessantes.