Uma irritante verdade

Uma irritante verdade

Sibiu RomaniaNão há ano em que tente marcar uma viagem para a conferência internacional em que costumo marcar presença que não fique irritado com a oferta de voos para aquele destino. Foi assim quando fui a Atenas e a Santiago do Chile e é assim este ano para arranjar um voo que me leve a Sibiu, na Roménia. Nos anos anteriores tive que fazer escala em Milão e Zurique (Atenas), respectivamente na ida e volta de Atenas, e em Madrid (onde mais) quando viajei para Santiago pela Iberia. Nesta segunda viagem até consigo compreender que a Iberia e de Espanha os voos sejam mais frequentes (ainda assim tive que sair do Chile um dia antes do final da conferência), mas para ir para Atenas, um país da UE, não se compreende que as ligações sejam tão más.

Enfim, a periferia de que muitos falam deve ser mesmo isto.

Ainda assim é mais fácil viajar hoje em dia para a Roménia do que era então para a Grécia, ainda que com a escala em Madrid.

Museus e férias – um pequeno pensamento…

Museus e férias – um pequeno pensamento…

Passo o ano inteiro em Museus. É uma constatação que faço frequentemente com um sorriso nos lábios e uma expressão de “quem te dera” em modo de desafio ao interlocutor. Sou um sortudo no que a isto diz respeito, até porque conheço os lados públicos e privados dos museus que visito, o que me dá uma perspectiva bem mais interessante do que a dos visitantes em geral. As entranhas dos museus, os seus serviços técnicos, as reservas, etc. têm um encantamento especial para quem trabalhou num museu.

Em todo o caso raramente visito museus quando estou de férias. É uma opção consciente de quem precisa de descansar o cérebro e desligar a ficha em relação ao trabalho (é algo que faço com dificuldade, acreditem) para a ligar em relação à família nos poucos dias em que lhes posso dedicar toda a atenção. Sofrerão os meus catraios com isso no futuro? Não conhecerão museus em férias com os pais? Claro que não. A seu tempo levam a injecção de museus e património que o meu pai me deu.

Este pensamento veio à tona depois de um jantar em Portimão e uma conversa sobre uma actividade nocturna do Museu de Portimão que nos convidavaa provar sardinha e cavalas preparadas por chefs de nomeada e à qual a família (alargada) recusou ir. Prometo que era só para experimentar a sardinha e a cavala!IMG 0201

Como bola colorida

Como bola colorida

Os nossos olhos fazem com que os pormenores de uma exposição, de um museu, de uma iniciativa educativa ou de um outro evento qualquer, tenham a subjectividade inerente a cada um de nós. Pensar, planear e executar uma exposição é uma luta constante entre aquilo que achamos que o público poderá ter interesse e o nosso próprio interesse (que muitas vezes prejudica o discurso).

Esta inquietação, vulgar para quem trabalha em museus, é aplacada quando lemos histórias como esta em que dois “infantes” (eu leio aqui filhos de rei) visitam um monumento e, contra alguma expectativa mais negativa, se divertem à grande.

Obrigado à Dália Paulo por me ter dado a conhecer a história e à Mãe de todos pelo relato.

Inventário – Wikipedia

Inventário – Wikipedia

Encontrei por acaso, numa pesquisa, esta página da Wikipedia sobre inventário. Está apenas em inglês, mas é uma boa introdução (ainda que bastante incompleta) para quem precisa de pensar o inventário da sua instituição. Fala sobre segurança das colecções, conhecimento e auditoria às colecções, planificação do inventário, políticas associadas e calendarização ainda que de uma forma breve e sucinta, demasiado sucinta, mas é bem mais do que vejo em algumas situações que encontro por esse mundo fora.

É pouco, bem sei, mas podemos todos completar o artigo e sugerir correcções, acrescentar bibliografia e referências, traduzir para português o artigo, enfim, as potencialidades que a Wikipedia trazem. Eu vou guardar este artigo para sugerir melhorias e traduzir para português, assim que tiver tempo.

Assim é que se começa a semana

Assim é que se começa a semana

800px Museu Militar PortoOntem já a tinha escrito, entre um pouco de quintal e passeio com os filhos, mas apenas hoje enviei a proposta de comunicação com a qual espero encerrar o ano de comunicações em conferências (a não ser que haja alguma novidade em Dezembro) sobre o doutoramento. Esta sobre uma perspectiva diferente das anteriores que apresentei, mas baseada também no trabalho que tenho vindo a desenvolver no doutoramento. Seguiu logo de manhã, depois de a mostrar aos colegas.

Almoço do Museologia.comes na casa Aleixo, em Campanhã, antecedido da visita à exposição temporária entitulada Campanhas Coloniais no Tempo do Leão de Gaza que está presente, até Março do próximo ano, no Pavilhão de Armas do Museu Militar do Porto. Um excelente projecto de parceria entre várias entidades, coordenado pela equipa do Museu Militar e pelas boas amigas Mariana Jacob e Alexandra Anjos (excelentes cicerones desta visita) que permite a quem pretenda conhecer alguma história da nossa relação, nem sempre fácil e de irmandade, com as ex-colónias. Útil também para moçambicanos que vivam aqui no Porto como uma visão sobre a sua importante história e uma das personagens do imaginário moçambicano, Gungunhanha.

Tarde de leituras sobre normalização em outras áreas que não museus para conseguir estabelecer algum paralelismo de actuação em diferentes áreas e verificar a existência, ou não, de soluções e caminhos comuns.

E assim se faz um dia.

© Imagem: Wikipedia

Que me perdoe o Picasso

Que me perdoe o Picasso

… mas preferia 1000 vezes que a polícia conseguisse recuperar o Códice Calixtino do que conseguir (como aliás conseguiu) recuperar uma das suas obras. Não que tenha alguma coisa contraPicasso e a sua brilhante Obra ou ache sequer que poderíamos perder um exemplar da sua produção, nada disso!

A questão aqui é a perda irreparável que constitui o roubo de um dos códices mais brilhantes que alguma vez foi escrito. Um verdadeiro guia de viagens escrito em 1130 (reparem bem 1130… recordam-se da data em que Portugal nasceu?) e que descrevia, para os peregrinos a Santiago, os sítios a ficar, alojamentos, património, enfim um conjunto enorme de informação reunida e compilada numa forma que só há muito pouco tempo se tornou comum para todos nós. Já para não falar do facto de ser um importante documento na investigação histórica sobre diversos assuntos.

Espero sinceramente que o recuperem.

Imagem: Wikipedia