Museus e a Web

Museus e a Web

Não haverá nenhuma das conversas mais recentes sobre museus e tecnologias que tenho com diferentes amigos e colegas que não acabe, inevitavelmente, a discutir o que de bom e mau é trazido para os museus com o advento da web 2.0 e das redes sociais. Normalmente, devo dizer, que os méritos das redes sociais e do próprio conceito são percepcionados por quase todas as pessoas com quem tenho falado do assunto. As vantagens são o primeiro ponto referenciado. Um canal de comunicação directo, sem intermediários, com um alcance enorme, rápidas e cativantes, com a possibilidade de utilização de um conjunto de elementos multimédia que tornam a mensagem mais próxima e, acima de tudo, baratos… ou mesmo, ainda que só na perspectiva de alguns, completamente de borla!

Mas e o lado b!? Sabemos e, recorrentemente, falamos das vantagens da utilização de Youtube, Twitter, Facebook, LinkedIn, Foursquare, Issuu, Google +, etc. mas e o seu contrário? As desvantagens que poderão surgir com a utilização destas ferramentas são, em meu entender muitas. Criar um perfil numa rede social só por moda, ou por “seguidismo”, ou seja, aquele outro museu tem, por isso vamos lá criar um para nós, é um dos maiores riscos que se pode correr enquanto instituição. É algo que cada um de nós, consoante os gostos, tempo, vontade, etc. pode fazer a nível individual, mas que devia ser proibido para instituições com a responsabilidade social e cultural que os museus têm actualmente. Senão vejamos:

O museu x cria um perfil no Facebook. Publica as suas actividades diárias. Um conjunto de fotografias. Novidades de uma actividade ou de um evento. A sua “timeline” é uma narrativa do que o museu faz. Um dia começa a receber comentários. O volume de comentários, partilhas, “likes”, etc. aumenta consideravelmente. O museu tem um “feedback” negativo de uma publicação sua. É criticado nas redes sociais por não ter acessibilidades para pessoas de mobilidade reduzida. Essa critica torna-se viral. O museu não consegue agir e vê-se na necessidade de reagir. A pressa é má conselheira e o que poderia ter sido uma ferramenta de comunicação ideal, torna-se num pesadelo. O que fazer então? Apagar o perfil? Pensar no que devia ter sido feito para evitar os problemas? Avaliar a sua prestação nas redes sociais?

Ontem tive o prazer de arguir a dissertação da Dr.ª Sandra Senra (quando o documento estiver no repositório eu coloco aqui o URI) sobre a utilização das redes sociais nos museus, incidindo o estudo nos museus de Barcelona, especificamente com um estudo de caso do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (MACBA), através do qual são demonstrados alguns dos perigos e mais valias da actuação dos museus nesta área recorrendo a um modelo de análise, muito interessante e eficaz, que a autora concebeu com base na bibliografia de referência sobre este assunto e no apurado levantamento de dados que fez sobre os museus daquela região. Da leitura deste trabalho pude confirmar algo que tinha como convicção há algum tempo (desde que ouvi Conxa Rodá a falar sobre o assunto num dos Encontros de Utilizadores da SF): Estratégia e Planeamento! Estas duas palavras, tidas em conta antes de colocar em marcha a presença na web dos museus, são fundamentais. No entanto, agora acrescento uma outra: Avaliação… foi o que fez, de forma exemplar, a Sandra Senra sobre o MACBA e é o que todos os museus devem fazer cada vez mais nesta e noutras áreas de actuação.

Dissertação de mestrado – Natália Jorge

Dissertação de mestrado – Natália Jorge

Ontem ficou marcado no calendário como o final de mais uma etapa para a minha amiga e colega Natália Jorge. Este 14 de Novembro ficará como o dia em que prestou provas na Faculdade de Letras da Universidade do Porto defendendo a dissertação “Ensaio sobre o Art and Architecture Thesaurus – proposta terminológica de adaptação à realidade portuguesa”. Presidia ao júri a Prof. Doutora Alice Semedo, arguia a Prof. Doutora Marta Lourenço e o Prof. Doutor Rui Centeno foi o orientador desta importante tese no ambito da utilização de thesauri no inventário e documentação das colecções e património cultural.

A nota final desta prova foi de 17 valores.

Queria aqui deixar os parabéns à Natália, uma amiga muito querida, que mesmo com o trabalho todo que teve durante este ano, ainda conseguiu arranjar paciência para me aturar no dia-a-dia aqui do escritório.

PS: A imagem que ilustra o post é da autoria do Miguel.

Actualização:

A tese está disponível no repositório da Universidade do Porto no seguinte URI: http://hdl.handle.net/10216/57042

Uma falha… sim senhores uma falha das grandes

Tenho a enorme felicidade de ter amigas como a Cláudia Garradas, técnica superior no Museu da Faculdade de Belas Artes do Porto, ilustre investigadora em história de arte que desde 1998 me dá o grande privilégio de ser minha amiga. Uma daquelas amigas que qualquer pessoa precisa e quer ter.

Pois bem… eu falhei com ela. Falhei na nossa amizade. Os motivos ficam para nós os dois… ficam para um almoço onde carpiremos todas as mágoas e no final acabamos a rir de mais um episódio de 10 anos de uma amizade que não tem qualquer explicação, a não ser a sinceridade absoluta que temos um com o outro. Falhei… porque me esqueci, assumo-o sem qualquer problema e com um enorme pedido de desculpa a uma grande amiga, de ter mencionado aqui a conclusão da tese de mestrado da Cláudia sobre as colecções do Museu da Faculdade de Belas Artes do Porto, a cuja defesa assisti e me encheu de um orgulho imenso. Uma tese brilhante e não o digo apenas por ser a tese da Cláudia, digo-o, porque tive o prazer de acompanhar grande parte do processo e de ter percebido o empenho e gosto que a Cláudia coloca em tudo que faz.

Queria, minha cara amiga, pedir-te um rol de desculpas. Um rol enorme como nunca viste, mas com a mesma sinceridade que uso quando tenho de te dizer que os caminhos que traças não me parecem os melhores (coisa rara) ou quando te digo que amizades como a tua são as mais dificeis de encontrar e de manter. Desculpa a este insensível amigo por esta enorme falha (será mais uma a juntar a outras) que não tem desculpa.

Aceita, por favor, este pequeno pedido de desculpas pelo esquecimento imperdoável da menção da tua tese. A tua amizade merecia bem mais do que te dou…

Beijo enorme deste teu pateta, mas sincero, amigo.

Parabéns

À Patrícia Remelgado, amiga e “camarada de armas” nesta coisa de perceber e estudar normalização documental em Museus, pela excelente tese que ontem defendeu na Faculdade de Letras da Universidade do Porto intitulada “Gestão integrada de colecções museológicas: proposta aplicada aos museus da Câmara Municipal do Porto.” com a classificação de Muito Bom.

Um brilhante trabalho de pesquisa bibliográfica e de análise de dados que, na inha opinião, é um importante contributo para os Museus da Câmara do Porto, em particular, mas que deve ser um elemento a considerar em trabalhos semelhantes.

Uma vez mais Parabéns Patrícia.

Finalmente

Arranjei alguns minutos para colocar o PDF da tese de mestrado online. Estava difícil, mas desde Outubro que o trabalho e outros afazeres pessoais têm ocupado o tempo que pretendia dedicar à actualização do website do mestrado. Aliás, não fiz nada mais do que retirar as páginas que ainda não tinha tido tempo para actualizar e acrescentar a página que contém o resumo da tese e o respectivo link para download do PDF.

Mas deixemo-nos de histórias e queixumes. O endereço onde podem encontrar esta informação é:

http://www.museusportugal.org/alexandre/pagina2_33.aspx