A propósito de uma notícia do JN lembrei-me de quando vinha ao Porto, essa enorme cidade na altura, em miúdo com os meus pais. As visitas à grande metrópole serviam para comprar roupa no Marques Soares ou noutras duas lojas na rua dos Clérigos e de Stº. António (desculpem mas a minha mãe chamava-lhe assim e habituei-me) que agora já não existem, para visitas a alguns médicos especialistas que não havia em Espinho e para fazer uns passeios por Santa Catarina que passavam necessariamente por uma paragem numa pastelaria ali perto do bolhão.
Uma das coisas que mais gostava dessas visitas era quando passava (andar era mais raro) pelos eléctricos. Sempre me admirei com a nossa capacidade de construir máquinas como aquelas. Comboios que andavam juntos dos carros sempre “amarrados” às linhas eléctricas que lhes forneciam energia. Recordo sempre que os meus pais ficavam furiosos com os penduras que aproveitavam a boleia agarrados do lado de fora. Eu sempre os achei destemidos e corajosos, confesso!
Estava nos meus tempos de liceu quando as linhas de eléctrico definharam quase até serem enterradas definitivamente. Na altura, via-se o eléctrico como uma coisa do passado e não se percebia a importância que poderia ter na rede de transportes da cidade. Felizmente com a fundação do Museu do Carro Eléctrico foi possível defender um património importante da cidade e utilizá-lo centrando a atenção na manutenção de algumas linhas emblemáticas que se destinam, julgo eu, a uma exploração mais turística. Sendo que também servem populações numa importante área da cidade, a sua marginal e algumas zonas do centro.
Hoje fico feliz com a notícia do regresso do histórico 220 às ruas da nossa cidade e em breve vou tratar de o revisitar.
Aproveito para lhes deixar o link do Museu do Carro Eléctrico onde podem consultar a importante colecção que este museu dos STCP tem.
Imagem © Museu do Carro Eléctrico
MCE.1994.1.1
Carro eléctrico nº247
United Electric Car Company