by Alexandre Matos | Jul 10, 2013 | Colecções, Conferências, Normalização, SPECTRUM PT
Eu podia voltar a Londres todos os meses. Gosto da cidade, da forma como recebem os de fora, da vivência que os londrinos têm do espaço público e a oferta cultural da cidade é realmente infindável. Embora não o possa fazer todos os meses, tenho a felicidade de a visitar, normalmente a trabalho, de vez em quando. Desta feita o motivo foi a conferência sobre Colecções organizada anualmente pela Collections Trust, a OPENCULTURE.
A Collections Trust, conforme saberão, é a instituição que substituiu a (mais conhecida entre nós) Museum Documentation Association, entidade que foi a responsável pelo nascimento da norma SPECTRUM e pelo seu desenvolvimento até 2008. Desde então a Collections Trust tem assumido essa importante tarefa, com base numa estratégia de longo prazo, que passa pela disponibilização da norma de forma gratuita a museus e aos seus profissionais e pela sua internacionalização, através de parcerias estabelecidas com entidades de diversos países que possibilitem a tradução e localização da norma (adaptação ao contexto legal e profissional). O objectivo final, ambicioso devo dizer, é fazer com que o SPECTRUM seja A referência internacional nos procedimentos de gestão de colecções.
Nesse sentido a Collections Trust tem vindo a organizar, aproveitando a realização da OPENCULTURE, reuniões da comunidade internacional que trabalha com a norma (este ano designada SPECTRUM Community Gathering, no ano anterior SPECTRUM Roadmap Meeting) com o intuito de alargar a discussão relativa ao seu futuro. Nestas reuniões têm participado centenas de profissionais de museus do Reino Unido e de outros países que também utilizam o SPECTRUM. Este ano o encontro teve como principal novidade a apresentação de uma dinâmica diferente de desenvolvimento da norma, baseada em 4 elementos centrais, a saber:
SPECTRUM Standard onde se incluem os projectos de localização e tradução da norma, o SPECTRUM Digital Aset Management, o SPECTRUM Schema e o arquivo de versões anteriores do SPECTRUM; SPECTRUM Labs onde serão discutidas novas ideias e potenciais aplicações da norma; SPECTRUM Resources que servem de suporte à implementação e utilização da norma, e; SPECTRUM Community onde estão incluídas todas as pessoas e instituições que suportam e usam a norma a nível internacional.
Estes elementos centrais do programa SPECTRUM tem a sua sustentação na missão da norma, definida pela Collections Trust da seguinte forma:
“Our mission as the international community responsible for the development, localization, promotion and support of SPECTRUM worldwide is to ensure that wherever collections are, they are managed accountably, professionally and with due regard to public interest.“
O suporte a todo este projecto encontra-se na comunidade SPECTRUM. Um conjunto considerável de pessoas e instituições, divididas por SPECTRUM National Partners (no caso Português o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra), composta por instituições responsáveis pela localização e promoção do SPECTRUM nos diferentes países; SPECTRUM Champions (de que este vosso amigo é exemplo, segundo Nick Poole), composto por pessoas que voluntariamente se comprometem com a promoção da norma e com o suporte necessário à sua implementação; SPECTRUM Users (o principal elemento da comunidade em meu entender), os museus e profissionais que utilizam a norma na gestão das colecções e os SPECTRUM Partners, empresas e instituições que desenvolvem os sistemas de gestão de colecções compatíveis com a norma.
Esta nova dinâmica tem como objectivo lançar as bases de sustentação da próxima versão do SPECTRUM, a 5.0, bem como permitir a implementação, com base na norma, de um conjunto de ideias relativas à filosofia “Create Once, Publish Everywhere” (COPE), ao mapeamento do SPECTRUM com o CIDOC CRM e, em consequência, com um conjunto de diversas normas já mapeadas ao CRM que possibilitam um mais e mais fluído intercâmbio de informação, bem como à criação de ferramentas de formação na norma e avaliação do trabalho de gestão de colecções feito de acordo com os seus procedimentos.
Ainda nesta reunião tivemos a possibilidade de ouvir a Alex Dawson e a Susanna Hillhouse, editoras da versão 4.0 da norma, falar sobre o desenvolvimento da versão 5.0 e do formato encontrado para novas propostas de procedimentos a acrescentar ao SPECTRUM tendo em consideração a proporção gigantesca da tarefa que a Collections Trust tem em mãos. Foi com agrado que ouvi que as novas ideias para procedimentos poderão nascer de qualquer um dos membros da comunidade SPECTRUM como uma proposta, que será depois avaliada por um conjunto de instituições e especialistas, membros da comunidade, de acordo com o que é seguido em comunidades de desenvolvimento de software opensource como o Linux. Uma forma que terá as suas desvantagens, mas que ao mesmo tempo é um desafio importante para todos os membros desta comunidade. Veremos o que o futuro nos trará nesta matéria.
Todas estas e ainda mais informações podem ser recolhidas do vídeo que resultou do live streaming da reunião da comunidade, onde apresentei (a convite da Collections Trust e em representação do projecto português) uma breve actualização do estado de desenvolvimento do SPECTRUM PT (aos 19 minutos começa a minha apresentação).
Já o disse aos parceiros do projecto, mas partilho também com vocês, que o retorno que tive sobre o nosso projecto foi muito positivo, tendo sido destacado o esforço realizado na tradução e a dimensão que o projecto assumiu com a inclusão dos nossos amigos do Museu da Imigração do Estado de S. Paulo e da Pinacoteca do Estado de S. Paulo, instituições dependentes da Secretaria de Cultura daquele estado brasileiro, no projecto de tradução para português e na futura localização do SPECTRUM em território brasileiro (como é óbvio estamos completamente receptivos á participação de outros países da lusofonia. Por isso se conhecerem alguém interessado, partilhem este texto, por favor).
Para acabar importa ainda dizer que a OPENCULTURE é uma excelente iniciativa. Uma conferência de qualidade, bem organizada, actual, com temas muito interessantes, para a qual são convidados especialistas de diferentes países de todo o mundo na área do património cultural e onde são apresentados alguns dos melhores projectos da actualidade tendo em conta a dicotomia tecnologia/património. O programa da conferência, muito intenso, devo dizer, é disso a melhor prova.
Para o ano espero poder voltar e levar comigo alguns colegas de Portugal, que me dizem?
PS: um breve apontamento para indicar o link para os prémios da Collections Trust deste ano.
by Alexandre Matos | Mai 22, 2013 | Colecções, Documentação, Normalização, SPECTRUM PT
Nos próximos dias termina um ciclo de quase 5 anos em que me bati por um projecto que julgo poder vir a ser fundamental para os museus portugueses e seus profissionais na área da documentação e gestão de colecções. Será apresentada em Coimbra, no Encontro de Utilizadores da Sistemas do Futuro, no âmbito da cerimónia pública de assinatura da SPECTRUM International License Agreement entre a Collections Trust e o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, a página do projecto SPECTRUM PT.
A ideia de traduzir para português e adaptar esta norma ao contexto legal português nasceu com a minha participação na Conferência Anual do CIDOC de 2008, em Atenas, onde conheci o Nick Poole e o Gordon McKeena, membros da Collections Trust, que foram os responsáveis por um workshop sobre a internacionalização do SPECTRUM. Procuravam parceiros a nível internacional para traduzir e adaptar o SPECTRUM a outras realidades e, dessa forma, obter um contributo de escala mundial no desenvolvimento da norma. A ideia cativou-me desde logo e mantive o contacto com os dois responsáveis até conseguir arranjar uma instituição portuguesa interessada no projecto.
Em 2011 o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra manifestou o seu interesse pelo projecto e acordou a assinar, com a Collections Trust, a licença internacional que o torna a instituição responsável pela tradução para português e pela adaptação e promoção da norma no âmbito do território português.
Com esta assinatura, só possível graças à vontade manifestada pelos responsáveis do Museu da Ciência (Prof. Doutor Paulo Gama Mota e Prof. Doutor Pedro Casaleiro), a quem desde já agradeço o interesse no projecto, foi possível criar as condições para realizar, com o apoio da Sistemas do Futuro, a primeira tradução portuguesa do SPECTRUM (versão bruta traduzida por empresa de tradução), depois revista por diferentes profissionais de museus e por mim, a qual foi apresentada como anexo no âmbito do doutoramento em Museologia que apresentei à Faculdade de Letras da Universidade do Porto e cujas provas públicas aconteceram no passado dia 18 de Fevereiro.
O SPECTRUM PT, designação do projecto de agora em diante, inicia agora uma segunda fase. Uma fase que ainda não disponibilizará ao público a versão portuguesa da norma, conforme estava inicialmente previsto, dado o interesse manifestado por algumas instituições brasileiras ter levado as entidades participantes no projecto a decidir por um adiamento da publicação da norma, de forma a possibilitar a inclusão daqueles novos parceiros e a publicação da norma, em Portugal e no Brasil simultaneamente, nas condições que serão anunciadas no encontro referido.
Como compreenderão é um momento feliz para mim e por isso não posso deixar de agradecer aqui a todas as pessoas e instituições que tornaram possível a sua concretização:
Collections Trust
Museu da Ciência da Universidade de Coimbra
Sistemas do Futuro
Nick Poole
Gordon McKenna
Alex Dawson
Susanna Hillhouse
Prof. Doutor Paulo Gama Mota
Prof. Doutor Pedro Casaleiro
Prof. Doutor Rui Centeno
Fernando Cabral
Equipa do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra
Agradeço também ao Gabriel Bevilacqua Moore pelo interesse e entusiasmo com que aderiu ao projecto e às instituições brasileiras que agora fazem parte deste projecto: a Secretaria de Cultura do Estado de S. Paulo, a Pinacoteca do Estado de S. Paulo e o Museu da Imigração do Estado de S. Paulo.
Por fim não quero deixar de agradecer também a todos os colegas e amigos que ajudaram na tradução e revisão do SPECTRUM. Foram inexcedíveis no apoio e essenciais para a tradução da norma.
A todos um grande obrigado por terem aderido e tornado possível o SPECTRUM PT. Será certamente um marco importante no panorama da gestão e documentação de colecções dos museus portugueses e brasileiros e de outros países da lusofonia que se interessem pela utilização da norma. Espero que possam aderir em massa à utilização desta norma, afinal o projecto só terá o sucesso que os museus e os seus profissionais lhe permitirem.
Alteração: menção da 2ª editora da versão 4.0 do SPECTRUM.
by Alexandre Matos | Mai 2, 2013 | Colecções, Museus, Normalização
A decisão de escolher um sistema de gestão de colecções (SGC) para um museu é, na minha opinião, um momento de enorme importância para instituições desta natureza pelas implicações que o investimento necessário nesta área acarreta.
Imaginem que um museu qualquer consegue colocar no seu orçamento a verba necessária para a aquisição (uma situação difícil para os museus portugueses nos dias que correm) de um SGC. A partir desse momento acontece normalmente o seguinte: a) o museu (se for um museu de tutela pública) abre um concurso e as empresas concorrentes apresentam as suas melhores propostas, ganhando normalmente a que melhor preço apresenta; b) o museu não está obrigado às regras públicas de contratação e escolhe o SGC por concurso, convite, pesquisa de mercado, etc. de acordo com o que entende ser a ferramenta mais apropriada às suas necessidades; c) escolhe uma empresa que desenvolva um SGC específico e paga a sua criação. Esta última opção, embora ainda existente tal como a opção de desenvolvimento interno com base em recursos próprios da instituição, vai sendo, felizmente, mais rara.
Se reflectirmos um pouco sobre o assunto, percebemos que este é um processo que se centra na premissa, errada no meu ponto de vista, de que os SGC são per si a solução (milagrosa) para essa tarefa primária e fundamental, commumente deixada para segundo plano, do inventário e gestão das colecções museológicas. Ou seja, o museu compra um SGC e tudo fica resolvido no que diz respeito ao aproveitamento do enorme potencial do património guardado nos museus.
O que nos coloca de novo no momento em que o museu tem, finalmente!, cabimento no orçamento para adquirir a ferramenta e é deveria confrontar-se com aquela que eu considero a questão fundamental no processo: o que o museu pretende alcançar com o inventário, documentação ou gestão das suas colecções? Ou, para ser mais explícito, quais os objectivos do projecto de documentação, que recursos (logísticos, financeiros e humanos) a instituição dispõe para o projecto a médio e longo prazo, quais os prazos necessários e possíveis para atingir esses objectivos, para que fins (educação, informação, acessibilidade, conservação, etc.) servirá o trabalho de documentação e gestão das colecções. A escolha do SGC deve ser feita após o museu conseguir responder a estas e outras questões.
Não quero com isto dizer que não haja museus em Portugal não pensam sobre estas questões. Há alguns que o fazem. Serralves, por exemplo, preparou a escolha do seu SGC com base no Collections Management Software Review – Criteria Checklist da CHIN (Canadian Information Heritage Network) e os responsáveis do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra falaram sobre os fundamentos da sua escolha num artigo publicado (página 1589) nas actas do Congresso Luso-Brasileiro da História das Ciências. Haverá certamente outros exemplos, no entanto, julgo não estar a ser injusto ao afirmar que esta reflexão (e a prática consequente) não é comum nos museus portugueses.
Poderia estar aqui a elencar, baseado no conhecimento que vou tendo da realidade portuguesa nesta área, algumas das causas desta questão, no entanto, prefiro apontar o caminho trilhado pelo Council of Museums and Galleries de Edinburgh, no processo de substituição do seu SGC antigo, no qual recorreu a um inquérito feito através da internet, dirigido a profissionais de museus e instituições museológicas, cujos relatório final está agora disponível on-line. Um verdadeiro “must read” para quem está neste momento no processo de escolha.
Na leitura deste relatório é imprescindível o ponto 5 (sem excluir qualquer dos pontos dele dependentes), onde se aborda a importância do SPECTRUM e das normas, tal como se refere por diversas vezes a necessidade do controlo terminológico, e os pontos chave referidos na conclusão do relatório obtidos com este estudo preparatório:
Escala da operação – definição de objectivos a médio e longo prazo, projectando no futuro o que poderá trazer a utilização de um SGC;
Sustentabilidade – prever a realização a longo prazo de um projecto desta natureza, tendo em conta os recursos que o mesmo acarreta em termos financeiros, logísticos e humanos;
Trabalho prévio do museu é essencial – a preparação do museu e da sua equipa para iniciar um projecto de inventário, documentação e gestão das colecções é fundamental. Seja na revisão da informação, na sua importação para um novo sistema, na forma como o sistema será usado, na escolha das funcionalidades necessárias ou na capacitação e motivação necessária em todas as áreas do museu em que o SGC venha a ser utilizado.
É um trabalho e uma abordagem interessante perante esta matéria, não vos parece? Acham ainda que se pode escolher um SGC com base apenas no seu preço? Fica aqui aberta a questão…
© imagem: daqui.
by Alexandre Matos | Jan 30, 2013 | Colecções, Digitalização
Por motivos profissionais tenho procurado, com mais atenção do que costume, alguma informação sobre o estado da arte das colecções, dos processos de digitalização, de normas e procedimentos para a sua utilização, da sua publicação online, da utilização que é dada pelos museus aos conteúdos online, etc. Dessa pesquisa encontrei algumas informações que importa reter e divulgar para os potenciais interessados. Assim sendo, aqui vai:
Uma primeira referência apanhada no Twitter do @m1ke_ellis (poderão conhecer do Electronic Museum) para um documento que lista alguns dos bons exemplos de utilização inovadora e interessante das colecções on-line. Pelo que percebi é um documento em aberto e assim, caso pretendam contribuir, poderão enviar alguma informação, via twitter, para @m1ke_ellis.
Um artigo muito interessante no blog de Paul Rowe (CEO da Vernon Systems) sobre alguns dos melhores exemplos de colecções on-line de 2012 tendo em conta a procura da contribuição dos utilizadores para o conhecimento e reutilização da informação das colecções dos museus nas mais diversas plataformas. Do artigo destaco o exemplo dado sobre o Rijksmusueum (sobre o qual já falei aqui) e o da National Trust Collections (pelo volume de informação e clareza do interface). O blog do Paul Rowe é excelente. Aconselho a subscrição.
O ponto anterior (reutilização dos conteúdos) leva-nos a um outro assunto que, mais tarde ou mais cedo, teremos que encarar: os direitos associados a este tipo de conteúdos. Para reflectirem sobre o assunto aconselho consultarem o OpenGLAM (onde poderão consultar exemplos de colecções de conteúdo “aberto”) e aceder/participar numa rede de discussão sobre o assunto.
Sobre um assunto que destaquei na minha intervenção no último congresso da BAD, o estado da digitalização das colecções na Europa, importa também destacar, ainda no blog do projecto OpenGLAM, este artigo. Este é um assunto que os museus, bibliotecas e arquivos deveriam seguir, na minha opinião, com a maior das atenções. Até porque há vida para além da crise :).
Ainda sobre colecções, não posso deixar de destacar, na área da mobilidade e utilização das colecções europeias, este importante relatório sobre maneiras práticas de reduzir os custos com o empréstimo de objectos entre países da União Europeia, acompanhado por um “toolkit” nos quais os profissionais de museus encontrarão informação extremamente útil para orientar e auxiliar nos procedimentos necessários num processo de empréstimo. Um e outro são da responsabilidade do Open Method of Coordination (OMC) Working Group of eu Member States Experts on the Mobility of Collections, mas tomei conhecimento destes documentos através do site da Museums Association.
Por fim, para os interessados no assunto, recomendo ainda que possam seguir com atenção os nomeados/vencedores dos prémios “Best Practice in Collections 2013” instituídos pela Collections Trust para se celebrar as melhores práticas nesta matéria (penso que é um prémio limitado ao Reino Unido por enquanto).
E vocês? Têm alguma sugestão que possa acrescentar a este rol?
© Imagem daqui.
by Alexandre Matos | Jan 29, 2009 | Colecções
Finalmente, depois de alguns problemas com os milhões de hits no site, hoje consegui fazer uma pesquisa na Europeana e com belos (ou seja bons) resultados.
Queria destacar aqui o novo motor de busca que está em testes no Laboratório de Ideias.
by Alexandre Matos | Jan 6, 2009 | Colecções
Podia certamente utilizar alguns dos excelentes exemplos de colecções portuguesas que se encontram online para ilustrar este post, mas confesso que poucas me agradam como a do Metropolitan Museum de Nova Iorque. Antes de mais é uma das bases de dados mais fáceis de consultar que eu conheço. Simples, eficaz e bastante regular na apresentação dos dados. Claro que apresenta, como todas as bases de dados, alguns problemas em pesquisas por uma expressão, mas ainda não conheci uma que não os tivesse. No caso do Met a pesquisa pode ser feita por departamento do Museu ou pela totalidade da colecção e é nesta última opção que encontramos maior dificuldade no filtro que pretendemos, o que é prefeitamente compreensível. No entanto, através da Advanced Search é possível obter, com muita fiabilidade e exactidão, os registos que procuramos.
Chegados a um desses registos (o exemplo acima) encontramos a melhor apresentação de informação de um objecto que conheço. Uma vez mais simples e eficaz. No topo da apresentação do registo (1) encontramos a informação sobre o número total de objectos no departamento de “European Paitings”, bem como as opções de visualização em forma de lista e de impressão do registo. Um pouco mais abaixo (2) temos a informação base do objecto (a que o Met decidiu colocar online), nomeadamente os campos Artista, Título, Data, Medium (técnica e suporte), Dimensões, Créditos e, por fim, Accessiona Number (similar ao nosso Número de Inventário). Para além da informação base é também possível visualizar uma imagem (3) do objecto que pode ser ampliada ou vista com uma ferramenta de “Zoom” e uma opção, um pouco ligada aos conceitos da web 2.0, para adicionar este registo à “My Met Gallery” criando uma espécie de galeria virtual das obras do Met que nos agradam mais. Uns favoritos, a bem dizer.
Por fim, na última parte da página, estão disponíveis um conjunto de links que nos permitem consultar mais informação sobre o objecto que estamos a visualizar (4). A Legenda (Gallery Label) que se encontra na exposição, Notas sobre o objecto (sobre a sua produção, obras similares, etc.), Proveniência (histórico de anteriores proprietários que é muito comum ser disponibilizado nos USA por motivos que ainda vão levar a um outro post, mas que estão bem claros no livro chamado “O Museu Desaparecido”), as Exposições por onde passou esta obra e, por fim, as referências bibliográficas da obra (uma excelente ideia, a meu ver).
Tudo isto apresentado de forma simples e bem estruturada, com a indicação clara e destacada sobre a possibilidade de alteração dos dados consoante a informação que será obtida através da constante pesquisa e estudo das colecções deste importante museu (2).
Sem sombra de dúvida um exemplo do melhor que se faz nesta área da presença dos museus na web.