Estas, meus caros amigos, são as condições ideais (não poderei dizer as mÃnimas, mas apetecia-me) que permitem, aqui em casa, juntar teletrabalho e tele-escola! Temos conseguido repartir a atenção entre tudo e ainda tivemos tempo para algumas pinturas nos muros do jardim (sim que ainda temos um espaço ao ar livre para arejar as ideias).
Enquanto ainda estamos assoberbados pela realidade destes dias e não discutimos ainda esta mudança que por aà vem, gostaria de destacar um excelente exemplo do que de bom se fez neste muito curto perÃodo. Falo do #estudoemcasa. Um programa* que reativou a antiga Tele-escola (que ainda vi) para de forma democrática, em sinal aberto na RTP Memória, fazer chegar conteúdos e aulas a todos os que não têm as condições necessárias para acompanhar a escola pós COVID-19. Um enorme projecto que gostaria de agradecer a todos os que foram responsáveis por o erguer em tão curto espaço de tempo!
*Sim, aquilo pode ter erros, pode ter conteúdos a melhorar, mas foram 15 dias, senhores! Quinze!
So there’s no doubt, we’re in a bit of a fix. All of us.
Arts charities are seeing a potentially devastating loss of admissions and ticket sales revenue alongside reduced donations. Recent weeks have seen a mass of well-intentioned arts messaging, desperately trying to inform, encourage and console.
But with such torrential and competing content being broadcast through online channels, as well as the global noise and stress, there is a danger that much of this is rapidly becoming difficult to navigate, with useful information likely to be lost.
Can we fix this by having an easy-reference portal, with relevant routes to your cultural interests? We think we might, so we’ve built Culture Fix.
Here at Substrakt, we hope Culture Fix can also be a funding lifeline right now for arts and cultural organisations.
Não temos escolha senão recompormo-nos rapidamente porque o encerramento sine die de uma instituição que existe porque há objetos a cuidar para os poder mostrar aos outros da melhor maneira que sabemos requer um sem fim de ações para acautelar a segurança e conservação de bens, instalações e equipas. (Bendito plano de emergência).
Nas próximas semanas, uns vão estar em teletrabalho, outros de baixa parental a 66%, ou a 33% dos recibos verdes, ou nas instalações fechadas ao público. O tempo vai ter uma qualidade diferente – abrem-se as possibilidades enquanto simultaneamente um nó na garganta (no meu caso, uma vontade absurda de ir correr pelo meio da rua a gritar ‘vamos todos morrer!’, que controlo a escrever textos como este), um nó na garganta, dizia, nos vai minando a vontade de fazer qualquer coisa com significado com este tempo diferente que agora temos nas mãos.
Comer bem, ao longo do dia. Dançar o Father Figure de roupa interior ‘na privacidade do lar’. Estar gratos porque, bem vistas as coisas, somos uns sortudos na lotaria da vida. E DORMIR – à noite e, se possÃvel, a sesta.
Tenho sorte, porque tenho um petiz que não me deixa ficar a moer nada sozinha durante muito tempo. Há brincadeiras a ter, beijinhos a dar, cócegas a fazer (e birras a gerir). E como ele se levanta tempranillo, não tenho escolha senão deitar-me e dormir o mÃnimo para conseguir funcionar no dia seguinte.
Que se aproveite este tempo suspenso para aprender qualquer coisa (levante a mão quem sabe criar uma tabela dinâmica no Excel). Não faltam cursos online e gratuitos para ganhar aptidões desejadas – seja na prática museológica, ou nas competências de apoio que nunca nos apetece aprender.
Inspiremo-nos no que os nossos colegas das artes performativas já estão a fazer, e programemos online – conferências, cursos, testemunhos, apresentações. Conteúdos formais e informais.
Para que os públicos tenham saudades do museu – das coleções e das pessoas – e regressem, quando este normal voltar à anormalidade, com expectativa, curiosidade, voltar de ver ao vivo aqueles e aquilo que ficaram a conhecer um pouco melhor durante o isolamento.
É licenciada em Historia e Historia de Arte pela Universidade de Edimburgo, mestre em Estudos Islâmicos e Museologia pela Universidade de Nova Iorque, e doutoranda em Historia pela Universidade Nacional da Irlanda. Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, e da Fundação para a Ciência e Tecnologia.