19 de Maio – Mesa Redonda Museus de Belém

Tinha anunciado aqui a realização desta importante discussão sobre os Museus de Belém e a intervenção que está planeada, a propósito do novo Museu dos Coches, para esta zona da capital. Hoje é chegado o dia da discussão, mas devido a outros compromissos não me será possível ir a Lisboa para participar na mesa redonda. No entanto, gostaria de ver discutidas algumas questões relevantes sobre esta matéria e saber a opinião dos directores dos museus envolvidos na polémica sobre vários dados que estão em cima da mesa.

As questões que me ocorrem são as seguintes:

1. o novo Museu dos Coches não obriga (ou obriga?) à deslocação do Museu Nacional de Arqueologia para fora das actuais instalações, pois não? E se obriga, quais os motivos que imperam nesta decisão, tendo em conta toda a história de ligação entre o MNA e o actual edifício, bem como o local que tem sido ventilado para hospedar o MNA, que me parece ser completamente errada?

2. Havendo possibilidade de investimento na recuperação de alguns dos museus envolvidos, porque é que não se opta por realizar os projectos há muito existentes para a ampliação do MNA e expansão do Museu da Marinha para os terrenos adjacentes?

3. Porque é que não se transfere o Museu da Marinha, a par do Arquivo Histórico e Biblioteca Central da Marinha (como parece ser já um dado concreto) para o edifício da Cordoaria, como bem afirmam Raquel Henriques da Silva e Luís Raposo?

4. Eu percebo a necessidade que existe em dotar o Museu dos Coches de melhores condições para a colecção e para os seus visitantes, mas percebo também que este não é o único museu que tem essas necessidades em Lisboa. Em pouco tempo recordo-me do Museu Nacional de Arte Antiga, do Museu da Cidade, do Museu do Azulejo, etc que sofrem desde há muito de falta de meios para cumprir a sua missão da melhor forma. Porque não investir num desses museus? A zona a intervir tem que ser Belém? (esta pergunta poderá ser um tanto ingénua, mas devo confessar que desconheço se a área a intervir é obrigatoriamente Belém e por isso pergunto).

6. Qual o relevância que pretendem dar ao Museu Nacional de Etnologia nesta nova área?

7. Será criado um novo museu da Viagem no antigo Museu de Arte Popular? A extinção deste último está decretada? O que será feito das colecções que lá estavam? Bem sei que é um museu associado a um período menos feliz da nossa história (que não deixa de ser a nossa história), mas representa de certa forma as expressões artísticas mais genuinamente portuguesas. E já agora fica aqui o link para um blog sobre este museu (bem haja).

8. Tendo em conta o muito que se tem feito na museologia portuguesa nos últimos anos, com a criação da Rede Portuguesa de Museus (em boa hora), a reabilitação de alguns museus tutelados pelo estado e autarquias, com a criação de bons cursos na área e consequente formação de técnicos capacitados na matéria, porque é que este processo tem sido impulsionado pelo Ministério da Economia e não pelo Ministério da Cultura como penso que seria normal? Terá o primeiro uma política cultural própria?

São várias as dúvidas que tenho sobre todo este processo e apenas disponho dos dados que vêm a público na comunicação social, portanto é com grande pena que não irei participar nesta mesa redonda e ouvir da parte dos principais actores as vantagens e desvantagens do processo. Espero que o ICOM.PT (os parabéns pelo excelente conjunto de iniciativas que têm levado a cabo nos últimos tempos) divulguem as conclusões desta reunião para os que não puderam comparecer.

Um bom artigo*

If it helps, consider your museum and its collection in purely materialistic terms, as a big chunk of capital, slowly and fortuitously accumulated. Once spent, it is irrecoverable. Your university can never be that rich in that way again. Or view the art in your care as something that doesn’t belong to you. Like any legacy it belongs to the future.

Um e-mail da Marta Lourenço fez-me chegar a este excelente artigo sobre museus universitários do New York Times. Uma leitura imperdível.

Raquel Henriques da Silva no Câmara Clara

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=07Y3dSNsnVk]

Apanhei este vídeo no museologia.porto e devo confessar que me apeteceu bater palmas (mesmo sabendo que a Dr.ª Raquel não as ouviria). Ao tempo que não ouvia ninguém falar publicamente sobre a estúpida questão dos directores dos museus nacionais terem que ser funcionários públicos ou sobre a falta de recursos humanos (ou pelo menos a sua renovação) nos museus do IMC.

A aplaudir de pé! E a procurar o resto do programa online.

Museu da História de França

Deve ser um dos mais apelativos sites de Museus que tenho encontrado nos últimos tempos (mesmo não sendo o Francês a minha língua predilecta e de não morrer de amores pela cultura francesa). Uma lição de história bem estruturada e acompanhada de uma timeline que nos permite acompanhar o passar dos tempos, com alguns dos factos mais relevantes da história de um dos mais importantes países europeus.

A ver em http://www.museehistoiredefrance.fr.