by Alexandre Matos | Jun 8, 2016 | Documentação, Eventos, Investigação, Museus, Normalização
A Sistemas do Futuro organiza, de dois em dois anos, o seu Encontro de Utilizadores que tem como principal objectivo dar a conhecer os projectos que desenvolve com e para os seus clientes e parceiros e possibilitar a troca de experiências e conhecimentos com a comunidade museológica e científica na área do património cultural. Desde sempre estes encontros foram gratuitos e, ao longo dos anos, vários profissionais de museus participaram e contribuíram para a extraordinária rede de conhecimento criada à volta das questões da documentação e gestão do património.
Sessão de Abertura do 9º Encontro de Utilizadores
Este ano o Encontro de Utilizadores, já na sua 9ª edição, foi organizado em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e decorreu no auditório desta instituição nos dias 19 e 20 de Maio. O programa foi extenso e contou com várias apresentações interessantes (recordo que a minha opinião poderá ser parcial) de projectos brasileiros e portugueses nas quais é evidente um enorme esforço das instituições para resolver questões práticas na documentação e gestão de um património vasto e riquíssimo.
Não vou, dado que esperamos em breve ter autorização para a publicação dos vídeos das apresentações, elogiar ou focar uma apresentação específica. Todas elas têm pontos muito interessantes, com soluções e problemas, com diferentes abordagens e metodologias, mas importa-me referir um ponto comum a todas elas, a importância dada às normas. Pode parecer-vos uma questão óbvia, tratando-se de documentação, mas não é. Tanto não é que ainda hoje assisto à apresentação de projectos, leio artigos e vejo online alguns produtos de processos de documentação em que a normalização existente é a mesma do que a quantidade de água no deserto de Atacama. É isso que me faz sentir que o caminho, embora longo e difícil, está a ser bem trilhado por muitas instituições com grandes responsabilidades nesta matéria.
Auditório da SEC-SP
Estes dois dias foram também um excelente momento de aprendizagem, de partilha e de construção de boas amizades com muitos colegas brasileiros que, num momento particularmente difícil, trabalham todos os dias em prol da nossa herança cultural tornando-a acessível, física e intelectualmente, à grande comunidade da lusofonia. Para ser um encontro perfeito só faltou a presença de muitos colegas portugueses que costumam marcar presença nestes momentos e dos quais senti(mos) a falta.
Espero ver todos numa próxima oportunidade.
by Alexandre Matos | Abr 29, 2016 | Debate, Documentação, Eventos
Este ano a Sistemas do Futuro irá organizar o encontro de utilizadores em São Paulo, Brasil, nos próximos dias 19 e 20 de Maio, com o apoio da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Este evento, que já vai na sua nova edição, pretende promover e divulgar projectos em que a empresa colabora, contribuindo assim para a partilha de experiências e para potenciar possíveis colaborações e parcerias entre instituições e investigadores na área dos museus e património cultural.
No site do projecto a Sistemas do Futuro descreve assim o evento:
Estes encontros são organizados pela Sistemas do Futuro sempre em parceria com uma entidade que acolhe os participantes e tem permitido a realização em diferentes locais de Portugal e Espanha. Este ano o parceiro da organização do evento é a Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, permitindo pela primeira vez a realização do evento no Brasil.
Em 2016, os temas do encontro são: Plataformas de gestão, integração e divulgação do patrimônio; Patrimônio imaterial, oral e da escrita; Terminologia e vocabulários controlados. Cada tema incluirá várias comunicações seguidas de debate e o encontro encerra com uma mesa redonda dedicada à documentação do patrimônio cultural e o sistema atual de ensino superior.
É um encontro que conta normalmente com a participação de vários museus e investigadores na área da documentação e divulgação do património cultural e, tal como aconteceu nas anteriores edições, terá este ano um programa dedicado aos temas acima mencionados e onde serão apresentados diversos projectos nos quais a Sistemas do Futuro tem uma participação activa.
8º Encontro Sistemas do Futuro
As inscrições no Encontro são gratuitas, mas estão condicionadas aos lugares disponíveis no auditório da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo onde se irá realizar o evento.
Imagino que muitos dos meus amigos que costumam ir a estes encontros não possam comparecer neste, mas caso possam teria muito gosto em os rever a todos por lá.
Para mais informações:
Secretariado
Juliana Alves
juliana@sistemasfuturo.com
Localização do evento
Auditório – Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo
Rua Mauá 51, 1º andar
São Paulo – Brasil
by Alexandre Matos | Abr 9, 2013 | Eventos
A Sistemas do Futuro tem organizado regularmente um conjunto de iniciativas sobre a utilização de tecnologias para a gestão e divulgação de património cultural com o intuito de discutir e promover o importante trabalho que se tem feito nas instituições culturais nesta matéria, bem como com o objectivo de recolher contributos significativos que lhe permitam melhorar os produtos e serviços que disponibiliza aos seus parceiros.
De entre essas iniciativas destacam-se, pela relevância que têm assumido a nível nacional, os encontros de utilizadores de aplicações de gestão de património, agora na sua 8ª edição, nos quais a empresa, em parceria com diversos museus portugueses e espanhóis, tem conseguido reunir um conjunto significativo de profissionais do sector que apresentam, discutem e promovem o trabalho realizado na área da gestão, documentação e divulgação do património cultural. Esta iniciativa, única em Portugal neste sector, tem permitido debater temas importantes como o Património Religioso, a utilização das Redes Sociais em Museus e instituições similares, Arquivos fotográficos e documentação fotográfica das colecções, divulgação do Património, Rotas culturais, Normalização, reutilização de informação, etc. com o contributo de diversos profissionais de museus, da Igreja, de universidades, associações, fundações e outras instituições com quem a empresa tem vindo a colaborar desde a sua fundação. Os programas (disponíveis online) das anteriores edições destes encontros (5º Encontro, 6º Encontro e 7º Encontro) assim o comprovam.
A 8ª edição desta iniciativa, a ter lugar em Coimbra, no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, nos dias 23 e 24 de Maio deste ano, organizada em parceria com este importante museu, terá um programa dividido em duas partes.
No primeiro dia, 23 de Maio, com início marcado para as 14:00h, o programa é composto por um seminário intitulado “Investigação Cientifica aplicada ao Património” no qual será apresentada produção científica nacional relacionada com a gestão do património cultural (mestrados e doutoramentos) proveniente de três importantes universidades nacionais (Porto, Coimbra e Lisboa).
O segundo dia, 24 de Maio, será dedicado à apresentação de diversos projectos de museus e instituições similares nas áreas da divulgação do património, multimédia, colecções online e, como não poderia deixar de ser, à apresentação de novos projectos e produtos da Sistemas do Futuro.
Nesta edição do Encontro de Utilizadores teremos ainda a participação de Nick Poole, CEO da Collections Trust (já me ouviram ou leram sobre esta organização com toda a certeza), a pretexto da cerimónia pública da assinatura da “SPECTRUM International License” entre a Collections Trust e o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra que permitiu a tradução e adaptação do SPECTRUM e pretende criar todas as condições para que esta norma possa ser um instrumento essencial para o desenvolvimento da gestão de colecções nos museus portugueses e, no futuro, se possa constituir como uma norma de referência em Portugal (e países lusófonos) no que diz respeito aos procedimentos de gestão de colecções. Nick Poole* apresentará duas importantes comunicações, a não perder na minha opinião, sobre a internacionalização do SPECTRUM (dia 23) e sobre gestão e digitalização do património cultural no contexto europeu (dia 24), conforme podem verificar no programa provisório do encontro que já está disponível.
As inscrições são gratuitas, no entanto limitadas à capacidade do Auditório. E para manter a tradição a empresa irá organizar o habitual jantar convívio (ver condições no site do encontro).
Espero sinceramente encontrar-vos por lá.
*Para quem nao conhece Nick Poole!
by Alexandre Matos | Jul 10, 2012 | Speaker's Corner
Este ano o Museumnext teve lugar em Barcelona nos dias 24 e 25 de Maio, a Sistemas do Futuro esteve presente nesta grande conferência internacional. As expectativas eram muitas, pois o programa baseava-se no Museums and Web 2012 que teve lugar em Abril em San Diego (Califórnia). Esta última, na qual a Sistemas Futuro participou em edições anteriores, é o maior evento internacional na área das novas tecnologias da informação e museus que nos permite manter actualizados nestas áreas, pois é um evento que perdura pelo tempo na medida em que funciona como uma rede de partilha de projectos e ideias em várias plataformas e redes sociais.
A apresentação foi no CCCB – Centre de Cultura Contemporània de Barcelona, com a participação de mais de 400 pessoas, em Março já estava esgotado. Na sessão de abertura, estiveram presentes Jim Richardson da SUMO, Marçal Sintes como anfitrião, destaco o discurso proferido pela Conxa Roda que teve especial empenho nesta edição. Recordo que, no encontro da Sistemas do Futuro em Portimão a Conxa Roda (na altura a trabalhar no Museu Picasso, agora no MNAC – Museo Nacional d’Art de Catalunya) foi nossa convidada para apresentar uma comunicação sobre a Web 2.0. Nancy Proctor (Head of Mobile Strategy and Initiatives Smithsonian Institution) abriu o primeiro painel com uma reflexão sobre quais deverão ser as estratégias para as tecnologias móveis que os museus devem adoptar dando exemplos da sua experiência.
Uma das presenças importantes no atrium da conferencia foi um posto de atendimento da Wikipedia, nomeadamente do grupo GLAM – Museums Collaborating with Wikipedia (http://www.glamwiki.org), onde estiveram representantes da Holanda, Espanha e EUA, estes últimos com a apresentação de um projecto no Museu de Indianápolis. Estas colaborações assentam em tecnologias QR-Code com ligações a páginas wiki.
Pode ver este projecto em: http://en.wikipedia.org/wiki/Broad_Ripple_Park_Carousel No caso apresentado do Museu Miró, foi explicada na prática como esta pareceria instituição/Wikimedia Foundation foi aplicada. O museu fez um workshop onde estiveram presentes os membros da equipe da área da documentação e um “wikipidian”, que os ensinou a desenvolver uma página wiki de objectos museológicos, mais tarde editaram outras com a ajuda do um “wikipidian” contratado para tal. Uma das vantagens assinaladas foi a rapidez da tradução dos conteúdos para a rede wiki com recurso ao “crowdsourcing” (trabalho colaborativo com recurso às internet de uma forma voluntária). Pode ser visitada uma página de uma peça em: http://en.wikipedia.org/wiki/The_Farm_(Mir%C3%B3)#History, onde é visível o uso do QR-Code na legenda da exposição para acesso à página wiki, reconhecendo a língua definida no telemóvel do visitante. Uma outra vantagem da abordagem de uma página wiki prende-se com a legibilidade, pois permite inúmeras ligações a outras páginas, e a acessibilidade pois a formatação está de acordo com as normas da W3C (Grupo Internacional que promove a acessibilidade para a internet).
Deixo aqui um reparo interessante que se prende com a abertura da Wikimedia Foundation às instituições, isto porque integrei um grupo de trabalho no MW2010 (Museums and Web 2010 em Indianapolis) que abordou este tema. Na época uma instituição não podia publicar informação na Wikipédia pois alegavam que não garantia um dos princípios que se prende com garantia de isenção das publicações, pois nunca poderia ser isenta de opinião sobre si própria.
Um dos temas tecnologicamente mais evoluídos foi o uso de realidade virtual, quer na sua utilização em visitas guiadas às exposições, quer como forma de cativar públicos. Se é possível fazer aparecer numa parede um dinossauro, imaginasse o que se pode colocar numa exposição, e ser visualizado num tablet ou numa tela. Estes exemplos, pelo facto de a tecnologia estar ainda em período de testes, foram apenas demonstrados. Um outro projecto, já em período de implementação, é de uma “app” intitulada “Eye Shakespeare”, desenvolvido pela Universidade de Coventry e a Shakespeare Birthplace Trust http://www.shakespeare.org.uk/explore-shakespeare/eye-shakespeare-app.html. Nesta aplicação é possível com o uso do 3D, visualizar a última casa de Shakespeare. Os visitantes que se dirijam até ao local (onde não existe a casa), apontam o tablet e surge a imagem da casa em 3D. Ao tirarem uma fotografia com o tablet, surge no ecrã a imagem dos visitantes em frente à casa, também é possível ir a uma loja adquirir a imagem impressa, funcionando como uma recordação da visita.
Os dispositivos móveis foram fortemente abordados nesta edição do Museumnext, com a apresentação de projectos que já “ultrapassam” a “simples” visita guiada multimédia, pois foram apresentadas aplicações nativas para estes dispositivos, as chamadas “app`s”, nomeadamente um projecto do Van Gogh Museum onde é possível interagir com os trabalhos do artista, por exemplo é possível identificar através de um pintura de uma vista da cidade a correspondência com o local na actualidade.
As redes sociais já não são uma novidade temática neste tipo de conferências, mas o que se analisou foi uma reflexão sobre as instituições na WEB 2.0. Para analisar esta presença está disponível (versão beta) no site www.museum-analytics.org os dados estatísticos dos museus nas principais redes sociais. Uma outra abordagem prendeu-se com os conteúdos que estas instituições colocam nestas redes e como se facilita a relação entre o público virtual e o museu. Refiro-me à parte de criação de conteúdos para estas plataformas. No LACMA – Los Angeles County Museum of Art, foram convidados artistas contemporâneos locais para se inspirarem e criarem novas criações de arte, cuja divulgação seria facilitada pelo museu (na sua edição), e mais tarde na sua divulgação nas redes sociais. Agradou-me particularmente, o cruzamento artístico que estas obras proporcionaram, como é exemplo disso a criação de um poema por uma poetisa sobre os jardins do Museu e sua publicação online criou uma onda de participação no Facebook, “Nunca um poema foi tão comentado”, são palavras da Amy Heibel na sua apresentação sobre o projecto “Arstistics Applications” no Museu.
Em termos de tecnológica em bases de dados para colecções online, foram apresentados projectos que apostaram em sistemas comunicantes entre base e dados, para permitir o uso da informação para além das próprias colecções online nas páginas das instituições, como é o projecto da Europeana. E também projectos criativos de estudantes que criaram uma espécie de Facebook de figuras históricas, apenas com recurso a “linked data”, informação estruturada disponibilizada pelas instituições Europeana e pelo Museu Picasso.
Foi muito gratificante a participação nesta edição do Museumnext, pois além de ser um excelente veículo de informação sobre a realidade dos Museus e as novas tecnologias da informação, é também um local de convívio e um veículo facilitador de contactos, muito além da conferência, pois esta rede mantém-se na Internet e a Sistemas do Futuro é a única empresa Portuguesa, que eu tenha conhecimento a ter presença nestes grupos de trabalho internacionais. Visite o site do evento – http://www.museumnext.org
Maria van Zeller (mvanzeller@sistemasfuturo.pt)
by Alexandre Matos | Jun 16, 2011 | Debate, Investigação
Alguém muito sábio poderia ter dito um dia que para uma empresa ter sucesso é absolutamente necessário que crie uma relação com os seus clientes que lhe permita perceber as suas necessidades e apresentar soluções eficientes para as suprir. Na falta de uma citação daquelas bonitas, fica a ideia.
É de tal forma evidente aquela afirmação que só é estranho quando encontramos alguma que faça exactamente o oposto (estranho, mas não raro). Isto é, alguma empresa que esteja completamente desligada do mercado onde actua. Não é, de todo, o caso da empresa onde trabalho. A relação com os nossos clientes é algo que muito estimamos e de que temos o maior orgulho e, na minha opinião, é a prova da competência que julgamos ter.
Neste sentido, amanhã vamos dar finalmente continuidade a um projecto que ficou, por diversos motivos, um pouco parado nos últimos tempos: os Grupos de Trabalho. Para os que não conhecem este projecto da Sistemas do Futuro, os Grupos de Trabalho são fóruns de discussão (e decisão), organizados por tipos de colecções (Arte, Ciência e Técnica, Etnologia, etc.), para os quais convidamos técnicos de museus que trabalham connosco, com o objectivo de debater questões relacionadas com inventário, documentação e gestão de colecções. Desde os aspectos legais, passando pela normalização internacional e nacional, até aos desenvolvimentos tecnológicos e novas funcionalidades das aplicações tudo é discutido de forma bastante aberta e informal com o propósito de melhorar os nossos produtos e, acima de tudo, de disponibilizar ao conjunto de museus e instituições que os utilizam, soluções capazes e eficientes. Das reuniões tidas no passado saíram grandes ideias e novas funcionalidades que têm vindo a ser usadas por cada vez mais museus e resgatadas pela concorrência.
Amanhã retomaremos então este projecto com o primeiro grupo que criamos em 2007, o de Arqueologia.
Os temas a debater centrar-se-ão entre a georeferenciação do património imóvel, a organização do registo de imóveis com as suas dependências directamente associadas (ex. de um centro histórico e do conjunto de edificado que o compõe), a criação e utilização de thesauri na documentação e inventário, a ligação a bases de dados externas complementares (bibliografia, por exemplo) ou ainda questões relacionadas com a utilização de diversas línguas no registo da informação. Este grupo tem também um importante papel na discussão sobre a gestão do património imóvel dado que vários técnicos que estarão presentes têm, no âmbito das suas funções, responsabilidades na gestão do território dentro das autarquias onde trabalham.
Serão dois dias de trabalho intenso e produtivo (tenho a certeza disso) regados com a boa disposição e um jantar de convívio, como não podia deixar de ser.